Dois mineiros do interior se mudam para Belo Horizonte para estudar e protagozinam um encontro inesperado — e viral — no Carnaval. Essa poderia ser a sinopse da história de Maria Eduarda Messias, de 23 anos, e de Rodrigo Clemente, de 24, que ganhou as redes sociais nesta semana. Durante a festa de rua por onde circularam na capital mineira, em 2025, mais de 6 milhões de foliões, os destinos dos dois jovens se cruzaram e foram eternizados por duas fotografias.
Tudo começou naquela tarde de domingo de Carnaval, 2 de março. O palco não poderia ser outro: o mais icônico ponto de conexão da cidade, o Viaduto Santa Tereza, que liga o Centro de BH ao bairro Floresta. “Eu estava indo com os meus amigos para o bloco Eleganza, um bloco LGBT, que ia homenagear a Pabllo Vittar, quando vi aquele menino vindo no outro sentido”, começa Maria Eduarda. “Então eu vi que ele estava tirando foto da paisagem e entrei na frente. Eu já estava meio ‘altinha’ assim. Nisso, eu tirei uma foto dele e ele tirou uma foto minha”, relembra a mineira de Divinópolis.
Rodrigo explica que tirava foto dos prédios quando Duda — agora ele a chama assim — apareceu. “Ela realmente só apontou a câmera, sorriu pra mim e, na hora, eu entendi o que ela queria. Os flashes piscaram, a gente sorriu de novo e seguimos nossas vidas”, diz o jovem de Rio Pomba, na Zona da Mata Mineira. “Nós não trocamos nenhuma palavra, nenhuma”, afirma.
Até aí, a história parecia se encaminhar para o roll de encontros efêmeros que qualquer Carnaval proporciona, mas a novela ganhou novo capítulo após uma decisão de Rodrigo. “Quando passou, eu fiquei pensando: ‘será que eu posto? Será que eu tento achar ela?’. E umas primas me incentivaram. Falaram: ‘posta, o máximo que pode acontecer é ela pedir pra você apagar'”. Então Rodrigo postou.
Segundo Maria Eduarda, a surpresa chegou até ela através de um amigo, que viu a publicação circulando pelo X, antigo Twitter. “Não tinha nem uma hora que ele [Rodrigo] havia postado. Não tinha muitas curtidas nem muitos compartilhamentos. Mas, na hora, eu já peguei a foto dele e respondi”, conta a estudante. “Não tenho ideia de quem ela seja mas queria muito ver a foto que ela tirou”, diz a publicação feita por Rodrigo na última segunda-feira (10) e que, em menos de 24h, recebeu mais de 100 mil curtidas.
no domingo de carnaval tava tirando foto dos prédios e essa querida chegou perto, apontou a câmera pra mim, eu apontei pra ela e cada um tirou uma foto do outro
— rodrigo (@rodrigc_j) March 10, 2025
não trocamos uma palavra a gente só sorriu
não tenho ideia de quem ela seja mas queria muito ver a foto que ela tirou pic.twitter.com/KXMjdFkahT
Amor (im)possível
Ao BHAZ, os dois afirmaram que não esperavam tamanha repercussão. “Tô dando uma entrevista por causa de um tweet”, brinca Rodrigo. “Tô achando engraçado que o editor propôs essa pauta”, conta Maria Eduarda, familiarizada com o tema por ser aluna de Jornalismo. Para eles, a melhor parte da história, no entanto, é acompanhar as interações dos internautas.
“Tá sendo bem legal, mas eu tive que tirar as notificações do meu Twitter, porque meu celular estava igual um pisca-pisca”, comenta o mineiro. “Eu acabei chamando ele [Rodrigo] na DM e falei ‘que legal e tudo mais’. Ontem, também printei alguns comentários e mandei pra ele”, afirma Duda.
E foi dos internautas que surgiu a hipótese de uma história de amor entre os dois, logo descartada. “Eu sou homossexual, né?”, sorri Rodrigo. “Mas eu conversei com a Duda, a gente tem trocado mensagens, rido juntos, tá sendo bem engraçado”.
Sobre os encontros inesperados da vida, Maria Eduarda agradece ao Carnaval de Belo Horizonte. “Mineiro tem essa coisa, né? O pessoal daqui é bem receptivo. Acho que não é uma coisa que se vê em outros lugares. Esse acolhimento, essa alegria e até a abertura pra esse caso de fotografar um desconhecido. A vibe do pessoal é essa de curtir, de interagir com as pessoas. Eu goto demais. Dificilmente vou trocar o Carnaval de BH por alguma outra coisa”, finaliza.