Acabou a Copa, e por aqui, o futebol feminino continuará do jeito que é!

Acabou a Copa, e por aqui, o futebol feminino continuará do jeito que é!

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A Espanha surpreendeu. Nunca tinha chegado nem perto de uma semifinal (twitter.com/FIFAWWC)

Ouvindo e vendo boa parte da imprensa “especializada” prever maravilhas para o futebol feminino no Brasil a partir do sucesso dessa Copa que terminou ontem. Como dizia o nosso saudoso Mestre Rogério Perez: “menos gente, menos!”. Não é por aí. Os campeonatos estaduais e o nacional da categoria em nosso país são muito fracos, pouca gente toma conhecimento e não existe estrutura minimamente razoável para que cresça e atraia torcida e patrocinadores. Exceções feitas para uns poucos clubes, especialmente de São Paulo, a maioria vive na base do “imbondo”, do improviso.

A CBF gosta de usar a final do Brasileiro  de 2022 como “retrato do avanço do futebol feminino no Brasil”, quando 41.070 corintianos foram ao Itaquerão ver o Corinthians sagrar-se tetracampeão brasileiro, ao golear o Internacional por 4 a 1. Mas não mostra a média geral e as condições dos demais palcos dos jogos e precariedade dos clubes, que são obrigados por ela a manter times femininos.

No Brasil, até o masculino está capenga na comparação com a Europa. Vou acreditar em evolução sustentável do futebol feminino por aqui a partir do momento em que ele for introduzido na comunidade estudantil, em todos os níveis, universitário em especial. Foi assim que os Estados Unidos e demais líderes do ranking da FIFA chegaram lá.

A Espanha surpreendeu. Nunca tinha chegado nem perto de uma semifinal. Fez ótima campanha e mereceu o título. A Inglaterra, quarto colocada em 2019, terceiro em 2015, era favorita e foi vice agora. Mas a lembrança que ficará do seu time nesta Copa será da covardia da sua atacante Lauren James, expulsa nas oitavas de final contra a Nigéria por pisar covardemente nas costas da também atacante Michelle Alozie. Única cena chocante de “violência” registrada neste mundial.

A Copa organizada em parceria entre a Nova Zelândia e Austrália foi um sucesso, em todos os aspectos. Assim como a da França em 2019. Normalmente toda nova edição de Copa é melhor que a anterior, já que novidades são implementadas, erros são corrigidos e o interesse de patrocinadores sempre aumenta.

Copa é Copa e a realidade de cada seleção em cada país é completamente diferente. Assim como no masculino, há uma elite técnica. Diferentemente do futebol dos homens, o Brasil não faz parte dessa elite entre as mulheres. A Espanha só entrou agora, por ter sido campeã: Estados Unidos, Alemanha, Suécia, Inglaterra e França, são essa elite, segundo o ranking FIFA antes da Copa. O futebol feminino nestes e outros países do primeiro mundo é muito bem estruturado há muitos anos, bem antes da realização da primeira edição da Copa, em 1991, na China, que teve os Estados Unidos campeã, Noruega vice, Suécia em terceiro e Alemanha em quarto. 

A seleção brasileira surpreendeu em 1999, nos Estados Unidos, chegando em terceiro e voltou a surpreender em 2007, na China, quando  foi vice, perdendo a final para a Alemanha por 2 a 0. Era a geração Marta, Cristiane, Formiga e cia. em ação. Na França, em  2019, caiu nas oitavas, eliminada pelas donas da casa. Este ano a CBF investiu uma baba de dinheiro e a Globo jogou para cima, criando um clima no país de “favorita”, como se o time tivesse alguma chance.

Seleção totalmente renovada, Marta, machucada e com 37 anos. Saiu na fase de grupos.

Esta Copa elevou muito a média de público em relação à edição da França, que foi de 21.756. Vai passar de 30.000, principalmente por causa do público na Austrália, já que na Nova Zelândia ficou na faixa dos 7 mil pagantes. Só na final, ontem, no Estádio Olímpico de Sidney, o público foi de 75.784.

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