Convocação para a Copa: Tite fala sobre Daniel Alves, estilo de jogo do Brasil, expectativas e mais

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Tite e sua comissão técnica concederam entrevista coletiva (Lucas Figueiredo/CBF)

O técnico Tite anunciou hoje (7) a convocação dos 26 jogadores que irão defender a seleção brasileira na Copa do Mundo do Catar. Após a leitura da lista, o treinador respondeu a algumas perguntas da imprensa no auditório da sede da CBF, no Rio de Janeiro.

Em pouco mais de uma hora de coletiva, as pautas abarcaram diversos assuntos, como atletas específicos, o estilo de jogo do Brasil e as expectativas para a Copa.

Mais de um questionamento foi sobre a presença do lateral-direito Daniel Alves, que repercutiu nas redes sociais.

Daniel Alves

Logo no início da coletiva, o técnico Tite justificou a convocação do lateral-direito Daniel Alves, do Pumas (México). “Teve uma definição ontem, após o término de todos os jogos. O critério do Daniel Alves premia qualidade técnica individual, aspecto físico e mental”, afirmou.

Aos 39 anos de idade, o atleta será o jogador mais velho a usar a camisa da Amarelinha em uma Copa do Mundo, na história do futebol brasileiro.

Posteriormente, o treinador rebateu a uma pergunta sobre a rejeição de internautas sobre a presença de Daniel Alves na lista. “Que referência é o Twitter com os milhões de torcedores que temos? Não vim para agradar quem está nas mídias sociais, que não sei qual percentual é este público em relação ao brasileiro”, disse.

“Respeito opiniões divergentes e não estou aqui para convencer a todos. Só quero passar dados para que as pessoas façam sua análise e democraticamente criem sua opinião. Todos têm meu respeito, mesmo esta parcela diminuta”, continuou o técnico.

Daniel Alves foi convocado para a Copa e o nome repercutiu nas redes (Beatriz Kalil Othero/BHAZ)

Nove atacantes

O número de nove atacantes foi um dos destaques da convocação e Tite argumentou: “Há uma versatilidade e priorizamos atletas importantes no meio para frente, mas não foge da ideia de equipe equilibrada”.

No ataque, o Brasil será representado por Antony, Gabriel Jesus, Gabriel Martinelli, Neymar, Pedro, Raphinha, Richarlison, Rodrygo e Vinicius Júnior.

“Para vencer em alto nível precisa de criação e gol. Isto não quer dizer que consistência defensiva não gera o ponto de equilíbro para vencer. O bom momento deles gerou a convocação”, disse o técnico.

O que Tite trocaria pelo título da Copa?

Uma das perguntas gerou um momento de humor na coletiva, quanto Tite foi questionado sobre o que trocaria para vencer o título da Copa do Mundo.

“Eu acho que temos que fazer tudo para merecer, ter o orgulho próprio de ser melhor, dentro da lei do jogo. Não precisa dar porrada em ninguém para ganhar, levar vantagem. O futebol é educacional também. Meu pai me educou pelo esporte. Existem regras, superação, respeito à arbitragem ao adversário. Existe ser mais competente. Esse é o nosso desafio. Eu troco pela competência, por merecimento”, respondeu.

A Copa do Catar será a segunda de Tite no comando do Brasil (Beatriz Kalil Othero/BHAZ)

Richarlison

Sobre a situação de Richarlison, do Tottenham, o médico Rodrigo Lasmar disse que a comissão técnica do Brasil visitou-o em Londres, para checar a evolução do tratamento da lesão na panturrilha.

“Ele teve uma melhora muito importante. Ele já começa a treinar com o grupo nesta semana. Existe a posibilidade de ele ser aproveitado pelo seu clube antes da sua apresentação conosco na próxima segunda-feira”.

Recado de Tite para os não convocados

Também chamou atenção a ausência de jogadores que estavam na briga pelas vagas, como Gabigol, do Flamengo e Renato Augusto, do Corinthians. Tite falou sobre essa circunstância na convocação.

“É difícil, mas há um respeito profissional e humano com cada um deles. Mas mais do que falar publicamente, nosso comportamento no dia a dia com cada um deles. Ali você vê se te dão atenção. Escolhas te trazem o peso de deixar alguém fora, respeitando”, afirmou Tite.

Poucos jogadores no futebol brasileiro

Na lista de selecionados, 12 atletas jogam na Alemanha, cinco na Espanha, três na Itália, três no Brasil, dois na França e um no México. No que tange à escassez de jogadores que atuam no futebol brasileiro, o treinador chamou atenção para um aspecto estrutural do futebol.

“Sobre desigualdade, precisamos ter cuidado com os cortes. Dos atletas que estão aqui, são nascidos de quantas regiões do Brasil? Qual o clube de origem de onde esteve? Há uma série de recortes que podemos pegar para que a gente possa, enfim… entender”, afirmou.

“Não tem um pré-requisito. Fico muito à vontade para falar, não tenho a crença irracional de que fizemos a escolha de todos os melhores. Se a gente de dez, acertar sete, vamos ser competentes. E estamos fazendo o acompanhamento”.

Estilo de jogo

Em relação ao estilo de jogo da seleção brasileira, Tite detalhou: “Existem duas formas que temos de atuar, com dois atacantes de flanco, com Paquetá do lado, segundo meio-campista mais na frente. E tem peças de reposição com características parecidas. Não acredito em tirar de zona de conforto, acredito colocar em zona de confiança e desafiar a ser melhor”.

Sobre o setor defensivo, o técnico falou da versatilidade dos jogadores convocados. “O Danilo ontem jogou de zagueiro e pode fazer a função como lateral e a construção. O Militão, também. Na frente, temos jogadores com cada vez mais desempenho nos seus clubes”, afirmou em outro momento.

Para Tite, o fato do Brasil não ter enfrentado seleções fortes da Europa no cenário recente “prejudica, sim, a seleção brasileira, mas também prejudica as equipes europeias”.

Edição: Roberth Costa
Beatriz Kalil Othero[email protected]

Jornalista formada pela UFMG, escreve para o BHAZ desde 2020, e atualmente, é redatora e fotógrafa do Portal. Participou de reportagens premiadas pela CDL/BH em 2021 e 2022, e pela Rede de Rádios Universitárias do Brasil em 2020.

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