O jogador de futebol Robinho, de 37 anos, será julgado nesta quarta-feira (19) pelo caso de estupro coletivo ocorrido em 2013, em Milão, na Itália. A Justiça italiana conduzirá o julgamento da terceira e última instância legal. Nas outras duas, pelas quais passou em 2017 e 2020, Robinho foi condenado pelo crime em grupo com a pena de 9 anos de prisão.
Na época em que o crime ocorreu, o jogador brasileiro atuava pelo Milan. Agora, mais uma audiência ocorrerá em virtude de um recurso apresentado pela defesa do atacante, que tenta reverter a condenação prévia. De acordo com o UOL, a sentença do julgamento de Robinho sairá no mesmo dia e não permite recurso em função de seu caráter definitivo.
Relembre o crime
Tudo aconteceu quando Robinho e outros cinco homens estupraram uma mulher de origem albanesa na boate Sio Caffé, na cidade italiana de Milão. Dentre eles, estava o amigo do jogador, Ricardo Falco. Quando foi interrogado, em 2014, Robinho admitiu ter mantido “relação sexual” com a vítima, negando ter performado atos de violência sexual.
Nos quase seis anos de julgamento de Robinho, o atleta não compareceu presencialmente a nenhuma audiência. Enquanto a sentença de primeiro grau foi proferida em 23 de novembro de 2017, a de segunda instância foi confirmada pela justiça do país em 2020. A decisão da justiça prevê condenação de nove anos ao atacante e a Falco.
Gravações
Durante o julgamento, em 2017, a justiça italiana lançou mão de gravações telefônicas para investigar o caso. Assim, por meio de intercepção, o Globo Esporte descobriu que Robinho sabia da condição da vítima, que estava “fora de si” no momento da abordagem.
A evidência mostra o trecho de um diálogo com Rodrigo Falco, outro condenado pelo mesmo estupro coletivo. Nele, os dois amigos falam sobre a noite do crime e o estado da moça. “Naquele dia ela não conseguia fazer nada, nem mesmo ficar em pé, ela estava realmente fora de si”, disse Falco. “Sim”, respondeu o atacante.
Já em outro diálogo com Jairo Chagas, músico que tocou na boate na noite da violência sexual, o atleta reafirma que tinha conhecimento sobre o fato de a jovem não poder se defender. “Estou rindo porque não estou nem aí, a mulher estava completamente bêbada, não sabe nem o que aconteceu”, disparou. “Eram cinco em cima dela”, finalizou, relatando o momento do estupro.
Santos polemiza e volta atrás
O crime voltou a ser comentado quando o jogador foi anunciado pelo Santos F. C., em 2020, no que seria sua quarta passagem pelo time. No entanto, o repúdio dos torcedores e do público em geral levou o clube a voltar atrás e suspender a validade do contrato com o atacante. A explicação foi a de que Robinho poderia “se concentrar exclusivamente” na defesa no processo que corria na Itália.
Logo após o anúncio do time, Robinho abriu o jogo e se pronunciou nas redes sociais: “Com muita tristeza no coração, venho falar para vocês que tomei a decisão, junto do presidente [Orlando Rollo], de suspender meu contrato […]. Meu objetivo sempre foi ajudar o Santos. Se de alguma forma estou atrapalhando, é melhor que saia e foque nas minhas coisas”, disse, à época.
