Em última instância, Robinho será julgado por estupro no dia 19; decisão não permite recurso

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Robinho jogou no Atlético entre 2016 e 2017 (Bruno Cantini/Atlético)

A terceira e última instância da justiça italiana julgará o caso Robinho pelo crime de violência sexual em uma audiência no dia 19 de janeiro, a partir das 10h. Mais uma audiência acontecerá em função do recurso apresentado pela defesa do jogador, na tentativa de mudança da condenação de 9 anos de prisão pelo crime cometido em grupo no ano de 2013.

Na época, o jogador brasileiro defendia o italiano Milan. O amigo do jogador, Ricardo Falco, também foi condenado. A sentença sairá no mesmo dia e não permite recurso em função de seu caráter definitivo. A informação foi divulgada pelo UOL.

Possível extradição

Caso a condenação seja confirmada, a extradição do ex-atacante de Santos e Atlético poderá ser solicitada pela justiça italiana. Em contrapartida, a Constituição Federal brasileira de 1988 veta a extradição de brasileiros natos. Além disso, há a possibilidade de pedir que Robinho cumpra a pena no seu país de origem.

O caso será analisado por um colégio de cinco juízes, incluindo o presidente da Corte, da terceira sessão penal. Assim como na primeira e na segunda instâncias, a audiência será pública. Por causa das restrições adotadas pela Itália para enfrentar a epidemia do coronavírus, é permitido o acesso somente àqueles que possuem o “green pass”, isto é, o certificado da vacina.

O que Robinho alegou

Em 2014, quando foi interrogado, Robinho admitiu ter mantido relação sexual com a vítima, mas negou as acusações de violência sexual. Nos quase 6 anos de julgamento, ele não foi presencialmente a nenhuma audiência. A sentença de primeiro grau foi proferida em 23 de novembro de 2017.

Ao final de 2020, a segunda instância da justiça italiana confirmou a condenação do atacante e de Falco a nove anos de prisão.

Gravações

Durante o julgamento de Robinho em 2020, foram utilizadas gravações telefônicas. As conversas, ouvidas por meio de interceptação, foram reveladas pelo ge na época. Com os amigos, Robinho confirmou que sabia da condição da vítima.

“Naquele dia ela não conseguia fazer nada, nem mesmo ficar em pé, ela estava realmente fora de si”, disse o amigo do jogador, Falco. “Sim”, respondeu o atleta.

Em outra conversa, com o músico Jairo Chagas, que informou Robinho sobre a investigação, o jogador reafirma o conhecimento sobre a situação da jovem. “Estou rindo porque não estou nem aí, a mulher estava completamente bêbada, não sabe nem o que aconteceu”, disse. “Eram cinco em cima dela”, relembrou em outro trecho gravado pela Justiça.

Relembre o caso Robinho

O caso ocorreu em uma boate de Milão, em janeiro de 2013. Além de Robinho e Falco, outros quatro brasileiros teriam participado no ato com a jovem, segundo a Justiça italiana. Segundo a vítima, a violência sexual teria acontecido no camarim utilizado pelo músico Jairo Chagas.

Em seguida, ela disse que ficou muito embriagada e foi levada para o camarim por um amigo do jogador, que tentava beijá-la forçadamente. Lá, os outros homens envolvidos teriam aparecido e se aproveitado que a moça não conseguia ficar em pé e estava muito desorientada. A perícia encontrou material biológico de Ricardo Falco nas roupas da jovem.

Edição: Roberth Costa
Beatriz Kalil Othero[email protected]

Jornalista formada pela UFMG, escreve para o BHAZ desde 2020, e atualmente, é redatora e fotógrafa do Portal. Participou de reportagens premiadas pela CDL/BH em 2021 e 2022, e pela Rede de Rádios Universitárias do Brasil em 2020.

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