Biometria facial: Torcedores envolvidos em tumultos no clássico no Mineirão recebem punições

Biometria facial
Funcionário de empresa responsável orienta torcedor envolvido em confusão no cadastro (Biomtech/Divulgação)

A ferramenta de reconhecimento facial dos torcedores no Mineirão já foi colocada em prática no clássico entre Atlético e Cruzeiro, nesse domingo (6). Três torcedores passaram pela primeira vez pela biometria após se envolverem em confusões durante a partida, de acordo com a Biomtech, empresa que doou o equipamento para o estádio.

Os envolvidos foram dois atleticanos e um cruzeirense: um dos atleticanos teria tentado pular a catraca para acessar o Mineirão sem ingresso, enquanto os outros dois se envolveram em desentendimentos com a segurança privada do estádio.

Os torcedores foram direcionados para o Juizado do Torcedor de plantão para o reconhecimento facial e ficaram impedidos de frequentar os jogos dos respectivos times.

Punições

Segundo a Biomtech, para o torcedor do Atlético que foi detido causando tumulto, após o registro da biometria facial, a promotoria não ofereceu o benefício de transação penal, ou seja, foi oferecida denúncia. Isso se deu porque ele já está respondendo outros processos.

Já o cruzeirense não concordou com a proposta da promotoria de comparecer ao fórum para registrar seu reconhecimento facial, alegando ser inocente. “O processo correrá normalmente até que seja julgado”, explicou a juíza Flávia Birchal, coordenadora dos Juizados Especiais.

Ainda segundo ela, o torcedor atleticano que tentou pular a catraca passou pelo reconhecimento facial e fez um acordo: comparecer ao fórum durante quatro meses em dias de jogos do Atlético, em Belo Horizonte.

“O comparecimento no fórum e o reconhecimento facial deverão ser feitos aos 20 minutos do primeiro tempo e um segundo reconhecimento aos 20 minutos do segundo tempo das partidas”, detalhou a magistrada.

Biometria facial

O objetivo da ferramenta de biometria facial, que passou a funcionar no último domingo, é prevenir brigas e desordem no estádio. Quem for pego fazendo qualquer ato ilícito no Mineirão vai passar pelo cadastramento facial e será impedido de frequentar os jogos.

A medida é uma iniciativa do juizado do Torcedor de Belo Horizonte em parceria com a empresa de tecnologia Biomtech. Há três anos, a empresa implantou esta mesma ferramenta para apresentação dos presos em sistema de regime aberto.

“O torcedor que brigar ou causar confusão nos estádios da capital mineira ficará proibido de acompanhar outros jogos do time, como previsto na lei e no estatuto do torcedor”, conta a coordenadora dos Juizados Especiais, Flávia Birchal.

Antes da nova ferramenta de reconhecimento facial, era difícil fiscalizar se a pessoa penalizada havia deixado de ir aos jogos. “E não há o que preocupar, o equipamento é totalmente seguro. O sistema é antifraude e as informações são sigilosas, sem o risco de serem vazadas”, garante o diretor da Biomtech, Ricardo Cadar.

A capital mineira é a primeira cidade do país a contar com o reconhecimento facial nos estádios em definitivo, mas a ideia é expandir, ainda este ano, para o interior e outros estados brasileiros.

Edição: Giovanna Fávero
Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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