‘A gente não sabia o que estava acontecendo’, revela jornalista sobrevivente do avião da Chape

O jornalista Rafael Henzel junto à esposa em hospital na Colômbia (Reprodução/Facebook)

Em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo, nesse domingo (11), o jornalista Rafael Henzel, um dos quatro brasileiros sobreviventes do trágico acidente envolvendo o avião que levava a equipe da Chapecoense e profissionais da imprensa, relatou os momentos que antecederam a queda da aeronave, o primeiro contato com a esposa após o resgate e como está se sentindo após todo o trauma sofrido.

No último dia 28, Rafael embarcou com mais vinte jornalistas e a delegação da Chape. Ele conta que se sentou em uma das últimas poltronas do avião, ao lado do repórter Renan Agnolin, colega de emissora de Rafael, e do cinegrafista Araújo Neto, da RBS. “Eu estava à direita, no penúltimo banco, no banco do meio”. Dos três, apenas Rafael sobreviveu.

Para o jornalista, tudo estava sob controle até o dez minutos finais do voo. “A gente perguntava para os comissários: quanto falta? Dez minutos. De repente, desligaram as luzes do avião. Desligaram os motores. E aí, todo mundo voltou pro seu assento e… colocou o cinto. A hora em que isso aconteceu causou um certo temor. Mas ninguém, ninguém imaginaria que a gente bateria naquele morro”, revelou.

Segundo Rafael, ninguém foi avisado de que algo anormal estivesse acontecendo e só se deu conta de que a situação poderia ser grave ao perceber o comportamento dos comissários de bordo que também saíram com vida do desastre. “Nenhum segundo alguém da cabine ou comissário falou: ‘coloquem os cintos de segurança porque há risco disso ou daquilo’. Eu reparei que houve uma aflição muito grande por parte da comissária que sobreviveu. Ela foi pro lugar dela, ela colocou o cinto de segurança. Eu vi ela muito aflita. E quando ela ficou muito aflita, a aflição tomou conta”, relatou.

Embora estivesse passando por grande tensão, Rafael diz não que não houve pânico generalizado na aeronave. A última lembrança do profissional de imprensa é de que o silêncio tomou conta de todos. “Um silêncio, assim, estarrecedor. A gente não sabia o que estava acontecendo. Até que veio o choque”, lembra.

De acordo com Edson Stakonski, médico da Chapecoense, o estado de saúde de Rafael é estável e apresenta melhoras. O repórter volta para o Brasil em um avião-ambulância da Força Aérea Brasileira, que deve sair de Brasília às 4h40 de terça (13), pousar em Medellín às 10h10 e decolar às 11h40. Junto com Rafael Henzel, será transportado o jogador Alan Ruschel. Ambos para Chapecó.

Durante a entrevista, o jornalista relembra ainda o primeiro contato com esposa, o sentimento quando soube da morte dos companheiros de voo e profissão, a revolta pela falta de combustível no avião, conforme apontaram as autoridades colombianas e o desejo de retornar ao Brasil.

Assista à entrevista na íntegra:

https://youtu.be/Bgy7K8rc-OI

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