Durante audiência para julgar um caso de roubo, um jovem foi perdoado pelo crime depois de uma conciliação amigável entre ele e a vítima. O caso inusitado ocorreu na província de Catamarca, na Argentina. No julgamento, a vítima se virou ao rapaz e disse que não tinha nenhum rancor e que o perdoava. Ao mesmo tempo, o réu se desculpou pelo erro e os dois se entenderam e se abraçaram.
O crime ocorreu no ano de 2019, quando o réu ainda era adolescente. Na época, ele invadiu a casa da mulher e levou a quantidade de 1.000 pesos. Segundo o portal argentino El Ancasti Digital, o juiz responsável pelo caso, Rodrigo Morabito, aceitou o perdão mútuo e impôs uma pena alternativa de reparação ao dano material no valor de $ 2.000 pesos.
‘Processo de perdão’
O juiz declarou na sentença que “não existe um conceito de perdão universal, mas existe um conceito de perdão subjetivo. Cada pessoa experimenta o perdão de uma maneira diferente seguindo o que sente.” O magistrado também explicou durante sua decisão que “o processo de perdão termina quando desaparecem as emoções, comportamentos e pensamentos negativos que a ofensa os produziu”, afirma.
“Bem, talvez tenha sido isso que levou a reclamante a perdoar seu réu. Talvez não devêssemos mais nos preocupar com essas razões muito pessoais e íntimas; o importante é que o perdão ocorreu e é algo que não costuma acontecer no processo penal e, se não for algo comum, quando finalmente acontecer, deve representar uma circunstância para o juiz que não pode e não deve ser ignorada para evitar consequências punitivas desnecessárias”, considerou.
“Este procurador ficou surpreendido com as manifestações da vítima na audiência, onde manifestou que perdoa o réu, abraçou-se com um caloroso abraço afetivo entre soluços e se desculpou (…) Existem medidas socioeducativas que podem ser aplicadas em substituição da pena privativa de liberdade”, conclui a resolução.
