O embaixador do Brasil no Reino Unido avisou a família de Dom Phillips de que os corpos dele e do indigenista Bruno Pereira foram encontrados nesta segunda-feira (13), na Amazônia, após mais de uma semana desaparecidos. As informações são do The Guardian, jornal em que Phillips trabalhava.
A família recebeu a notícia durante telefonema com um assessor do embaixador brasileiro. “Ele disse que queria que nós soubéssemos que eles acharam dois corpos. Ele não descreveu o local e apenas disse que era na floresta tropical, disse que estavam amarrados a uma árvore e ainda não haviam sido identificados”, disse Paul Sherwood, cunhado de Phillips.
Segundo Sherwood, o assessor complementou: “Ele disse que quando estivesse claro, ou quando fosse possível, eles fariam uma identificação”. Ainda nesta manhã, o jornalista André Trigueiro anunciou, via Twitter, que a mulher de Dom Phillips já estava ciente sobre as mortes.
PF encontrou itens pessoais das vítimas
A PF (Polícia Federal) ainda não confirmou a localização das vítimas, ainda que tenha encontrado pertences da dupla nesse domingo (12). Já na parte da tarde, o Corpo de Bombeiros localizou uma mochila, um notebook e um par de sandálias na região do Javari.
A Polícia Federal brasileira divulgou uma lista detalhada do que foi encontrado até o momento. Segundo a PF, foram encontrados o cartão de saúde, uma calça preta, um chinelo preto e um par de botas de Bruno. De Dom Phillips, foram localizados um par de botas e uma mochila com algumas roupas. Os materiais foram encontrados por volta das 16h e encaminhados para a perícia em Manaus.
Recorde o caso
Bruno Pereira e Dom Phillips chegaram na sexta-feira (3) no Lago do Jaburu, nas proximidades do rio Ituí, para que o jornalista visitasse o local e fizesse entrevistas com a população indígena da região.
Segundo a Unijava (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari), os dois deveriam retornar no domingo (5) para a cidade de Atalaia do Norte por volta de 9h da manhã, após parada na comunidade São Rafael, para que o indigenista fizesse uma reunião com uma pessoa da comunidade apelidado de “Churrasco”.
A equipe vinha recebendo ameaças em campo na semana do desaparecimento, segundo relato dos colaboradores da organização. A Polícia Federal segue investigando o caso.