Estudo clínico no Chile recomenda terceira dose da Coronavac, seis meses após a segunda aplicação

Vacina CoronaVac
A pesquisa também concluiu que a vacina tem proteção muito boa contra casos graves (Valéria Cortez/Arquivo Pessoal)

Um estudo clínico no Chile recomenda uma terceira dose da vacina Coronavac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, seis meses após a segunda aplicação. O resultado da pesquisa foi entregue nessa quinta-feira (15) para o Ministério da Saúde e Ministério da Ciência do país. Os cientistas reforçam que, depois desse período, anticorpos neutralizantes ainda são detectados no sangue dos vacinados, mas seus níveis se reduzem, o que pode comprometer a proteção contra certas variantes.

“Nossos resultados mostram que seis meses após a vacinação, anticorpos neutralizantes e linfócitos T específicos ainda são detectados no sangue dos vacinados, mas seus níveis estão reduzidos quando comparados ao observado quatro semanas após a segunda dose”, explica o estudo, realizado pela Pontifícia Universidade Católica do Chile, com 2.300 voluntários.

A pesquisa pontua a necessidade de maior quantidade de anticorpos para se proteger de novas variantes. “Diante da presença de variantes que requerem maior nível de anticorpos neutralizantes para bloquear a entrada do vírus e possivelmente da doença sintomática, parece aconselhável aplicar doses de reforço a partir do sexto mês contando a partir da primeira dose para amplificar a quantidade de anticorpos, neutralizadores circulantes”.

Existe a possibilidade da terceira dose ser incorporada nos estudos clínicos para que se possa avaliar os resultados. Sobre se essa dose de reforço deve ser a mesma vacina ou outra de fabricante diferente, os pesquisadores afirmam que “ainda faltam evidências científicas que mostrem que essa é uma prática segura e eficaz”. No entanto, os cientistas lembram que já existem estudos em curso que mostram uma possível eficácia em intercalar, por exemplo, uma primeira dose da Astrazeneca com uma segunda da Pfizer.

Existe a possibilidade de uma dose de reforço?

A OMS (Organização Mundial da Saúde) já se manifestou sobre a possibilidade de aplicação de uma terceira dose das vacinas contra o novo coronavírus. A organização ainda vê com cautela a administração de uma dose de reforço, já que o mundo ainda enfrenta uma escassez de vacina, principalmente nos países em desenvolvimento. Paralelamente, os dados científicos ainda “não justificam de momento” a aplicação.

Já o médico Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, responsável pela fabricação da Coronavac no Brasil, disse em entrevista ao Estadão que que não vê necessidade de uma dose de reforço ainda este ano. O diretor, contudo, prevê que a população pode precisar de vacinar anualmente contra o vírus, pelo menos pelos próximos dois ou três anos.

“Aqui o desafio ainda é vacinar a população em geral. Depois disso, aí sim vai poder pensar na dose de reforço e na população infantil e adolescente que também, necessariamente, terá de ser incluída”, disse o médico.

Edição: Vitor Fernandes

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