O rapper Kanye West, que teve o contrato rompido com várias empresas depois de fazer declarações antissemitas, foi escoltado para fora do escritório da marca Skechers, nessa quarta-feira (26). A empresa divulgou um comunicado informando que o artista apareceu no local sem ser convidado.
De acordo com a nota, Kanye compareceu ao escritório em Los Angeles, na Califórnia, filmando vídeos sem autorização. Dois executivos da Skechers, então, acompanharam o rapper e a equipe dele para fora do prédio depois de uma breve conversa.
“A Skechers não está considerando e não tem nenhuma intenção de trabalhar com West. Nós condenamos as declarações recentes dele e não toleramos antissemitismo ou qualquer outra forma de discurso de ódio”, diz o comunicado.
A empresa ainda reforçou que Kanye West, que responde pelo nome Ye, apareceu no local sem ser convidado e sem avisar.
Antissemitismo
Kanye West vem se envolvendo em confusões ao longo de todo o mês de outubro. No dia 3, ele vestiu modelos de sua grife própria com camisetas com os dizeres “white lives matter” (“vidas brancas importam”). O dizer é um contraponto à frase “black lives matter”, ou “vidas negras importam”, que representa o movimento antirracista.
O rapper Diddy foi um dos críticos da atitude. Ao se defender no Instagram, West disse que Diddy estava sendo “controlado por judeus”. A publicação foi removida pela rede social e, ao reclamar da medida no Twitter, o artista voltou a fazer comentários antissemitas.
Já em 17 de outubro, Kanye participou do podcast “Drink Champs” e afirmou que poderia fazer declarações antissemitas se quisesse. Segundo ele, a Adidas, com a qual ele tinha uma parceria, “não poderia deixá-lo” por causa das falas preconceituosas.
No mesmo podcast, ele ainda mentiu ao dizer que o americano George Floyd, que foi morto por um policial que ajoelhou sobre o pescoço dele por nove minutos, teria morrido por causa do vício em drogas.
Empresas rompem com Kanye West
Ao contrário do que afirmou o rapper, a Adidas anunciou nessa terça-feira (25) o rompimento do contrato com Kanye West. “Os comentários e ações recentes de Ye foram inaceitáveis, odiosos e perigosos, e violam os valores da empresa de diversidade e inclusão, respeito mútuo e justiça”, diz comunicado da empresa.
Os próprios advogados do artista também decidiram não representá-lo mais. Um porta-voz da empresa Cadwalader Wickersham & Taft disse não ter “intenção alguma de representá-lo em qualquer momento no futuro”.
A grife Balenciaga e a marca Gap foram outras que cortaram os laços com Kanye West nas últimas semanas. De acordo com a revista Forbes, com o fim do contrato com a Adidas, o rapper não é mais um bilionário.
O rapper chegou a se anunciar candidato à presidente dos Estados Unidos, mas perdeu o prazo de registro da chapa e sua candidatura só apareceu nas urnas de 12 dos 50 estados. Ele teve menos de 60 mil votos.