O McDonald’s confirmou oficialmente que deixará a Rússia em resposta à guerra na Ucrânia. A rede de fast-food estava no país há 30 anos e possuía 850 lojas, empregando cerca de 60 mil pessoas. As lojas começaram a fechar desde março, quando os protestos internacionais contra a invasão russa tiveram início.
Outras empresas com sedes fora da Rússia já saíram do país e venderam suas filiais, como a Coca-Cola , Pepsi e Starbucks. Outras companhias, por sua vez, restringiram seus serviços no país, suspendendo o acesso de consumidores russos, entre elas Apple, Disney, Netflix, PlayStation, Spotify e TikTok.
Em nota, o McDonald’s afirmou que pagará aos funcionários russos os salário correspondentes até o processo de venda ser finalizado. Além disso, a empresa fez o compromisso de garantir que o futuro comprador mantenha os antigos funcionários empregados. O comunicado foi enviado para os funcionários da rede nesta segunda-feira (16) e é assinado por Chris Kempczinski, CEO da rede de fast-food.
“Quando escrevi a você pela última vez sobre a guerra na Ucrânia e a crise humanitária resultante dela em março, tínhamos esperança de que a paz voltasse em breve à região”, inicia a nota. “Depois de quase meio século de animosidade da Guerra Fria, a imagem dos Arcos Dourados brilhando acima da Praça Pushkin anunciou para muitos, em ambos os lados da Cortina de Ferro, o início de uma nova era”, relembrou o texto.
Esperança
O texto continua justificando os motivos da franquia ter escolhido sair do país. “McDonald’s e Rússia tornaram-se tão interligados que parece impossível imaginar um sem o outro. E, no entanto, infelizmente, é onde estamos hoje. Como você sabe, quase todas as empresas multinacionais como o McDonald’s estão reconsiderando sua presença na Rússia”, continua o comunicado.
“Assim, não terminemos dizendo “adeus”. Em vez disso, digamos como eles fazem em russo: До новой встречи. “Até nos encontrarmos novamente”, finaliza a nota.
Saída do país
Após o anúncio de que o McDonald’s fecharia as portas em mais de 800 lojas na Rússia, muita gente arrumou um jeito de lucrar com a notícia. No país do Leste europeu, pessoas venderam refeições da rede de lanches por preços exorbitantes, que equivalem a milhares de reais. As informações são do Business Insider.
As “barganhas” podem ser encontradas no site russo Avito, de anúncios classificados, que está oferecendo produtos como Big Macs e McMuffins. De acordo com o Insider, a plataforma é uma das mais populares na Rússia e a segunda maior do mundo.
Segundo o índice Big Mac do The Economist, um Big Mac da marca na Rússia custaria 135 rublos (cerca de R$ 6,50). Depois do anúncio de encerramento das franquias no país, porém, um vendedor de Moscou chegou a anunciar o mesmo sanduíche por 36 dólares, o que equivale a R$ 183.