As mudanças climáticas em todo o mundo estão mais intensas e rápidas. É o que aponta o relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) publicado nesta segunda-feira (9). O documento apontou a relação direta da ação humana de forma irrefutáveis e irreversíveis. Houve um aumento de 1,07ºC na temperatura do planeta.
“Muitas das mudanças observadas no clima não têm precedentes em milhares, centenas de milhares de anos. Algumas das mudanças, como o aumento contínuo do nível do mar, são irreversíveis ao longo de centenas a milhares de anos”, alerta o relatório do órgão da ONU (Organização das Nações Unidas).
The #IPCC released its latest #ClimateReport today, #ClimateChange 2021: the Physical Science Basis.
— IPCC (@IPCC_CH) August 9, 2021
“The role of human influence on the climate system is undisputed.” – Working Group I Co-Chair @valmasdel
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O documento produzido tem mais de três mil páginas e alerta para as mudanças que estão sendo observadas de forma global e regional às influências humanas.
“Alguns extremos de calor recentes observados na última década teriam sido extremamente improváveis de ocorrer sem a influência humana no sistema climático. As ondas de calor marinhas praticamente dobraram de frequência desde a década de 1980, e a influência humana muito provavelmente contribuiu para a maioria delas desde pelo menos 2006”, afirmam em outro trecho.
Décadas quentes
As últimas quatro décadas, segundo o relatório, foram mais quentes do que qualquer período de década anterior desde 1850. Nessa data, começou a acontecer a queima intensa de combustíveis fósseis. Isso fez aumentar a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera.
O relatório indica que está previsto aquecimento de 1,5ºC a 2ºC ainda no século 21. Para que isso não aconteça, é preciso uma forte e profunda redução nas emissões de CO² e outros gases de efeito estufa. E mesmo que essas reduções aconteçam, ainda levará mais 30 anos para haver estabilização na temperatura.
O IPCC tem o objetivo de sintetizar e divulgar o conhecimento mais avançado sobre as mudanças climáticas e foi criado em 1988 pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e pela Organização Meteorológica Mundial. A pandemia do novo coronavírus fez com que o documento só fosse publicado agora, e não em abril, como estava previsto.