Nova Zelândia propõe taxar puns e arrotos de vacas

Vaca em um curral com uma identificação na orelha direita
Nova Zelândia quer taxas puns e arrotos e vacas para conter gases do efeito estufa

Para conter as mudanças climáticas, a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Arden, apresentou uma proposta para taxar os arrotos e puns de bois e vacas. “Este é um passo importante na transição para um futuro de baixas emissões e cumpre a promessa de precificar as emissões de gases carbônicos agrícolas a partir de 2025”, diz a premiê.

As emissões dos arrotos das vacas e das ovelhas, cujos sistemas digestivos produzem metano enquanto digerem a vegetação ingerida, são responsáveis por considerável percentual dos gases do efeito estufa enviados à atmosfera.

A Nova Zelândia comprometeu-se a reduzir as emissões de gases metano (emitido pelos seres vivos) em 10% em relação aos níveis de 2017 até 2030. O objetivo é diminuir em 47% até 2050.

A Nova Zelândia é um importante produtor global de carne e leite, tendo rebanho bovino de cerca de 10 milhões de cabeças, além de 26 milhões de ovelhas. A agricultura é responsável pela emissão de metade dos gases do efeito estufa no país da Oceania.

A proposta causou alvoroço no setor agrícola neozelandês, que criticou a medida pioneira. O presidente da federação agropecuária, Federated Farmers, Andrew Hoggard, afirmou em comunicado que a proposta “arranca as entranhas das pequenas cidades da Nova Zelândia” e disse que as fazendas se transformaram em florestas dada a impossibilidade de produção.

Em contrapartida, para tentar acalmar os ânimos, Jacinda Arden afirmou que o valor arrecadado com a proposta será usado para investir em tecnologia para o setor de forma a otimizar o custo da produção do setor.

Uma solução já em estudo é a o kowbucha, um trocadilho em relação ao kombucha (chá fermentado). O probiótico testado em bezerros por pesquisadores da Universidade de Massey reduziria os arrotos dos bovinos. “Os probióticos são uma boa opção por serem uma solução realmente natural”, avalia Shalome Bassett, pesquisadora da Fonterra, empresa associada à pesquisa.

Pedro Rocha Franco[email protected]

Pedro Rocha Franco é jornalista desde 2007 e estudante de ciências sociais. Foi repórter do jornal Estado de Minas, editor do portal O Tempo e head de digital da Itatiaia. Hoje é gerente executivo do BHAZ. Além disso, colaborou com UOL e Repórter Brasil.

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