Participante do Big Brother Portugal é expulso por fazer saudação nazista

TVI
Participantes se chocaram com a expulsão (Reprodução/TVI)

Um participante do Big Brother Portugal foi expulso na noite dessa quinta-feira (28) depois de ter reproduzido, no Dia Internacional da Lembrança do Holocausto, saudação nazista durante o programa. Quem anunciou a expulsão foi a própria emissora, TVI, ao vivo, depois de ter explicado a gravidade do gesto. Alguns participantes até tentaram defender o colega, mas o “Big Boss” manteve a decisão.

Hélder Teixeira, natural de Santa Maria da Feira, um município de aproximadamente 12 mil habitantes no Norte de Portugal, já tinha sido repreendido antes por atitudes machistas e homofóbicas no programa. Ele estava de volta na casa, depois de uma participação polêmica na edição de 2020. A atração de 2021 reúne concorrentes de edições anteriores e ex-participantes de outros reality shows.

Hélder perdeu a sua segunda chance depois que reproduziu, repetidas vezes, o gesto nazista. Os colegas ainda tentaram alertá-lo e explicá-lo por que ele não deveria continuar com a reprodução. “Abaixe o braço, não faça isso que isso é péssimo”, disse uma das participantes. Ele, porém, continuou, dessa vez imitando a marcha das tropas de Hitler. “Hélder, essa foi a pior pessoa que passou por nossa história”, disse ela mais uma vez.

A atitude do brother, contudo, foi de minimizar o gesto: “Não é grave nada, faz parte da história”. A colega ainda tentou prosseguir com a explicação: “Mas não podemos replicar isso, porque isso foi uma coisa muito ruim para a humanidade”. Mesmo diante dos alertas e críticas, o participante voltou a erguer os braços. Ele só concordou com a colega quando ela afirmou que Hitler foi o pior ditador da história: “Isso é verdade”, admitiu ele.

No entanto, em outro momento na sala, Hélder repetiu o gesto e, quando um participante disse que isso era grave, ele respondeu: “Não é nada”.

Veja vídeo abaixo:

Expulsão

A atitude não passou impune desta vez. Na noite dessa quinta-feira (28), o “Big Boss” de Portugal anunciou a expulsão de Hélder. A produção explicou os motivos: “Há temas com os quais nunca podemos brincar, correndo o risco de os desvalorizar ou banalizar. O gesto que você fez simboliza milhões de mortos”.

A direção do programa lembrou também da importância das palavras e gestos dentro do programa, que é assistido por milhões de pessoas. No final, anunciou: “Por tudo isso, Hélder, você deixou de ser bem-vindo na minha casa. Está expulso do Duplo Impacto. Pode se despedir dos seus companheiros e deixar a minha casa”.

Depois, ainda citou Anne Frank, adolescente alemã de origem judaica, vítima do Holocausto: “O que aconteceu não pode ser desfeito, mas podemos impedir que volte a acontecer”. Hélder não se mostrou abalado e nem se desculpou pela atitude: “Estou tranquilo”. Outros colegas tentaram até mesmo intervir na decisão, mas o Big Boss manteve a ordem. Veja a expulsão abaixo:

Quando estava saindo da casa, Hélder ainda admitiu estar habituado a fazer esse gesto: “Como eu sou de tal forma brincalhão e já fiz tantas vezes este gesto, não fazia a mínima ideia que isto ia ter esta proporção. Juro pela minha família”, disse.

O que diz a lei?

Na legislação de Portugal, não existe um artigo específico que diga expressamente que realizar gestos nazistas configura crime. No entanto, uma advogada portuguesa explicou à MAGG, revista de Lisboa, que a atitude pode ser entendida como um ato de incitamento ao ódio.

Esse crime está previsto no Artigo n.º 240 do Código Penal e pode ser punido pela lei portuguesa, referente à “Discriminação e incitamento ao ódio e à violência”. O fato de o gesto ter sido realizado publicamente e por estar associado a uma prática nazista contribui para o enquadramento dentro desse artigo.

Diz a lei: “Quem, publicamente, por qualquer meio destinado a divulgação, nomeadamente através da apologia, negação ou banalização grosseira de crimes de genocídio, guerra ou contra a paz e a humanidade (…) incitar à violência ou ao ódio contra pessoa ou grupo de pessoas por causa da sua raça, cor, origem étnica ou nacional, ascendência, religião, sexo, orientação sexual, identidade de género ou deficiência física ou psíquica; (…) é punido com pena de prisão de 6 meses a 5 anos.”

No Brasil, o crime está previsto no Código Penal. “Está proibido fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo. Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa. Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa”.

Machismo e Homofobia

Essa não foi a primeira vez que Hélder foi advertido no programa. Na edição anterior, o português expôs falas homofóbicas e machistas em rede nacional. Na ocasião, ele estava conversando com uma colega, disse “Sei que lá fora devo estar passando a imagem de que sou mulherengo, mas não é isso. Eu prefiro ser mulherengo do que ser…” e apontou com a cabeça para o participante Edmar, que é homossexual.

Fala foi criticada pelas pessoas ao redor. O publico pôde votar se Hélder seria eliminado pela atitude ou não, mas os portugueses votaram para que ele continuasse na casa. Posteriormente, ele foi eliminado, mas acabou retornando na fase final, na repescagem. Durante o seu tempo na casa, ele também protagonizou outros episódios de homofobia e foi acusado diversas vezes de machismo.

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