O jogador de vôlei de praia Anderson Melo usou as redes sociais para denunciar ataques homofóbicos sofridos durante uma partida do Circuito Brasileiro em Recife, Pernambuco. O atleta, de 32 anos, disse que procurou a polícia e registrou um Boletim de Ocorrência.
“Estou sem chão e pela primeira vez tiraram meu sorriso e as palavras. Demorei a escrever porque eu precisava digerir o que aconteceu naquela quadra, no ambiente que mais amo estar sofri ataques homofóbicos continuadamente e pela primeira vez na vida não consegui reagir”, desabafou Anderson em uma publicação.
A postagem acompanha vídeos que mostram os ataques sofridos pelo jogador. Gritos de “bicha” e “viado” são ouvidos vindos da plateia enquanto o jogo ocorre.
“Eu não estava acreditando no que estava acontecendo e eu só lembrava da minha mãe, o quanto ela tinha medo de me ver sofrer por ser homossexual. E infelizmente ela não estava aqui para me proteger e nem ninguém. Me senti completamente acoado e sem entender porque as pessoas estavam fazendo aquilo”, continua o texto.
Na sequência o atleta afirma que registrou um boletim de ocorrência e pede ações das autoridades. “Faço um apelo para que este assunto não fique em vão, faço um apelo para as autoridades locais, a CBV, aos meus fãs e amigos para que isso não se repita com mais ninguém”, finaliza.
CBV se pronuncia
Em nota a CBV (Confederação Brasileira de Voleibol) lamentou o caso e informou que está tomando medidas para identificar os responsáveis pelos araques.
“A CBV apurou os fatos, reviu as imagens da partida, conversou com a arbitragem e reuniu todas as informações necessárias para, neste sábado, protocolar um boletim de ocorrência em uma delegacia de Recife. O caso também será encaminhado ao Ministério Público local e a CBV acompanhará todos os desdobramentos”, informa.
“A CBV lamenta que Anderson Melo tenha sofrido essa violência e está prestando todo o auxílio ao atleta. A CBV reforça que não admite qualquer tipo de preconceito, entende que o esporte é uma ferramenta para propagação de valores como respeito, tolerância e igualdade; e agirá sempre para coibir qualquer manifestação discriminatória em seus eventos”, completa.