Acusado de matar mulher em Minas é preso pela Interpol em Costa Rica

Alef Teixeira de Souza e Rafaella Cristina
Alef também era foragido de São Paulo por tentativa de feminicídio (Reprodução/Redes sociais)

Alef Teixeira de Souza, de 29 anos, foi preso nesse domingo (13) suspeito de matar Rafaella Cristina Miranda Sales em Ipatinga, no Vale do Aço, em abril deste ano. Ele foi localizado pela Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal) na Costa Rica.

Além de Minas Gerais, Alef também era foragido do estado de São Paulo por uma tentativa de feminicídio em 2021. Para o delegado Marcelo Marino, se não fosse preso, o suspeito voltaria a cometer crimes semelhantes.

“A prisão é importante para que evitemos o que o que ia acontecer, a próxima vítima. Ele tinha características de que ia repetir esse tipo de conduta, era o modus operandi dele. Ele se aproximava das vítimas através dos aplicativos de relacionamento, conseguia morar junto, e aí começava todo um processo de dominação física e psicológica”, disse em entrevista coletiva nesta segunda-feira (14).

Uma testemunha ainda informou à polícia que Alef, que viajava com frequência aos Estados Unidos, também já teria cometido crime de violência contra a mulher no país antes de 2021.

Alef Teixeira de Souza fugiu da cidade ainda no dia do crime. Primeiramente, a Polícia Civil identificou que ele foi ao Uruguai, e depois conseguiu viajar para a Costa Rica. “O objetivo não era se esconder lá, mas chegar aos Estados Unidos, que era o objetivo dele”, acrescentou o delegado.

‘Crime bárbaro’

Marino, titular da Delegacia de Crimes contra a Vida de Ipatinga, caracteriza o crime como “bárbaro”. Segundo ele, Rafaella Cristina Miranda foi submetida a “sessões de tortura” no dia da morte.

O delegado contou que os dois se conheceram em um aplicativo de relacionamentos, assim como a vítima de feminicídio tentado em São Paulo. Ao longo do relacionamento, o suspeito viciou a vítima em drogas injetáveis e praticava violência doméstica.

As agressões foram piorando, até que as filhas de Rafaella precisaram sair de casa para morar com outros parentes. No dia 28 de abril, Alef teria praticado duas “sessões” de agressão contra a mulher de 34 anos.

Ainda conforme a Polícia Civil, Rafaella foi agredida de manhã até desfalecer. Pensando que ela estava morta, o suspeito ligou para a família da vítima e disse que ela faleceu devido a um acidente. No entanto, à tarde, os parentes conseguiram contato com ela por telefone.

Horas depois, Rafaella foi submetida a mais agressões durante horas, e não resistiu. Alef Teixeira de Souza ligou para o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), disse que ela sofreu uma overdose de cocaína injetável e fugiu.

O promotor de Justiça Jonas Monteiro informou que, além do feminicídio, o suspeito também foi denunciado pelo MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) por tráfico de drogas. Se for condenado pelos dois crimes, ele pode passar até 45 anos preso.

Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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