Atualização às 08:03 do dia 13/09/2022 : A mãe de Maria Eduarda entrou em contato com o BHAZ na tarde de 12 de setembro para informar que ela foi encontrada e estava retornando para casa.
Uma adolescente de 14 anos está desaparecida desde a segunda-feira (5) em Sabará, na região metropolitana de Belo Horizonte. Maria Eduarda Alves dos Santos foi vista pela última vez na Escola Estadual Carvalho Brito, usando uma camisa do Atlético e calças pretas.
Ao BHAZ, Raquel Martins, mãe da garota, explica que mandou os filhos para a escola de Uber, pela manhã. Já no colégio, a filha enviou mensagens pelo WhatsApp pedindo para ir tomar sorvete com os amigos depois da aula.
“Eu disse que conversaria com ela mais tarde, e umas 15h ela mandou mensagem novamente perguntando se poderia ir. Eu disse que não ia autorizar porque não sabia o local e não tinha dinheiro. Ela continuou insistindo”, lembra a entregadora de 35 anos, que trabalha no iFood.
Depois disso, Raquel aceitou o passeio sob uma condição: o namorado dela acompanharia Maria Eduarda até o estabelecimento. A estudante se recusou e disse que queria ir andando somente com os amigos, o que levantou suspeitas no casal.
‘Nunca deixei ir embora sozinha’
Como a estudante fica na escola em período integral, das 7h às 16h20, Raquel pediu ao namorado que fosse conferir a situação antes da saída, por volta das 16h. “Fiquei desconfiada de que alguém buscaria minha filha na porta. Chegando na escola, o diretor disse que liberou ela por volta das 12h30”.
Questionada, a escola apresentou mensagens que teria recebido de Raquel, partindo de um número que não é dela. Quando adicionou o contato, a mãe foi informada de que se tratava de uma colega da filha. Na versão da adolescente, foi a própria Maria Eduarda quem enviou a mensagem.
Inconformada com o desaparecimento da filha, Raquel explica que nunca deixou a filha ir embora sozinha. Por volta das 17h30 do mesmo dia, uma funcionária da escola chegou a ver Maria Eduarda perto da casa de uma colega, no bairro Santa Família, mas não se atentou ao fato de ela estar desaparecida. Também existem suspeitas de que ela tenha saído com um colega de turma.
Mãe cobra ajuda da escola
Raquel defende que a diretoria da instituição se recusa a passar mais informações que ajudem a localizar a filha. Isso porque o colégio entende que o representante legal de Maria Eduarda é o pai de criação dela, ex-companheiro de Raquel.
A mãe dela afirma, contudo, que o homem não tem mais a guarda da menina. O documento em posse da escola também seria apenas um termo de responsabilidade utilizado na matrícula de Maria, com validade de 90 dias, que inclusive já venceu.
“Estou sem trabalhar, a escola fala que só passa informações pro responsável, que seria o pai de criação, e nega qualquer tipo de ajuda. Nem a xerox pra fazer um cartaz não se prontificaram. Estou desamparada”, lamenta Raquel.
O BHAZ entrou em contato com o diretor da Escola Estadual Carvalho Brito, que disse estar fazendo o possível, mas não tem autorização para dar mais informações à mãe.
Autoridades se mobilizam
Em contato com a SEE (Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais), a reportagem foi informada de que “a Superintendência Regional de Ensino (SRE) Metropolitana A, responsável pela coordenação da unidade, está acompanhando e prestando as orientações necessárias junto à direção da escola”.
Ainda segundo o comunicado enviado ao BHAZ, a Secretaria de Educação está apurando internamente as circunstâncias do ocorrido.
A reportagem também contatou a Polícia Civil e aguarda retorno para mais informações. Assim que a corporação se manifestar, esta matéria será atualizada.
Quem souber informações que podem levar ao paradeiro da adolescente pode entrar em contato com a família por meio do telefone (31) 98846-1765, ou com as autoridades no 181, disque denúncia.
Nota da SEE na íntegra
“Sobre o caso da aluna da Escola Estadual Carvalho Brito, em Sabará, desaparecida na última segunda-feira (5/9), informamos que a Superintendência Regional de Ensino (SRE) Metropolitana A, responsável pela coordenação da unidade, está acompanhando e prestando as orientações necessárias junto à direção da escola. A direção da unidade de ensino está em contato constante com o responsável legal da aluna e se colocou à disposição da família para ajudar no que for necessário.
A Polícia Militar foi acionada para registro de boletim de ocorrência, e o caso está sob a investigação dos órgãos de segurança. A SRE também está apurando internamente, dentro de suas competências, as circunstâncias do fato.“
