O centro acadêmico de medicina da Ufop (Universidade Federal de Ouro Preto), na região Central de Minas, denuncia e pede a exoneração de um professor do curso, a quem acusam de assédio sexual. Alunas da universidade fizeram um protesto na última quarta-feira (8), Dia Internacional da Mulher.
“Por mais de 13 anos, muitas foram silenciadas. Estamos aqui para dar voz a todas vocês. Para os nossos alunos, ex-alunos, professores e demais membros da Ufop, esperamos o apoio de vocês. E mais do que isso: estamos aqui por vocês. Denunciem!”, reivindica o CALMED-MG (Centro Acadêmico Livre de Medicina Márcio Galvão).
As estudantes afixaram um cartaz no campus denunciando as atitudes do docente, que não teve o nome divulgado. “‘Vem na minha sala conversar’. Nós sabemos o que isso significa. Assédio é crime. Queremos exoneração!”, diz.
Antes da exoneração, o centro acadêmico também cobra o afastamento preventivo imediato do professor, que já teria sido denunciado diversas vezes junto à Ouvidoria Feminina da UFOP.
Manifesto e protesto
Nesse 8 de março, alunas da universidade organizaram um protesto pedindo a exoneração do profissional, além de divulgar um manifesto contra o assédio sexual na Ufop.
“Será que isso realmente aconteceu comigo? Ou será que estou enlouquecendo? Eles dizem: ‘ele é assim mesmo, é só tomar cuidado e sozinha com ele não ficar’. Mas conversando com outras, descubro que não sou a única sofrendo”, começa o texto.
“Lutamos para conquistar o direito de estudar, mas este direito é todo dia ameaçado com violências e ataques, e não vemos outra saída senão a súplica aos amigos, professores e responsáveis. Universidade Federal de Outro Planeta (Ufop)? Só se for outro planeta retrógrado e careta”, completa.
O manifesto reforça o pedido pela exoneração do docente, e não por “falsas punições”.
Nessa sexta-feira (11), a diretoria da Escola de Medicina da Ufop e o colegiado do curso declararam oficialmente o apoio ao CALMED-MG “na campanha de combate a toda forma de assédio, notadamente o moral e sexual, no ambiente universitário”.
O BHAZ procurou a Universidade Federal de Ouro Preto e aguarda retorno.