Aluno da UFOP é suspeito de desviar dinheiro de convites para comprar terno de R$ 4 mil e passagem aérea

Escola de Minas da UFOP
Formatura da Escola de Minas junta cursos de Engenharia e Arquitetura (Thiago Barcelos/UFOP)

Um aluno da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) é investigado por estelionato após vender convites para um baile de formatura e não entregá-los, usando o dinheiro para comprar um terno de R$ 4 mil, uma passagem aérea da Argentina para o Brasil, e mais aquisições pessoais.

Várias pessoas se reuniram em frente à casa do estudante nesse sábado (1°), dia do baile de formatura da turma de Engenharia de Minas 2022, para cobrar satisfações sobre os ingressos não entregues. O rapaz é vice-presidente da comissão de formatura dos cursos de Engenharia e Arquitetura da UFOP.

O advogado da comissão acionou a Polícia Militar depois que os representantes foram procurados por dezenas de pessoas que teriam comprado os convites na mão do vice-presidente, nos valores de R$ 350 a R$ 400, fazendo o pagamento diretamente para a conta dele.

Segundo as vítimas, o jovem de 26 anos teria prometido entregar os ingressos a partir da última quinta-feira (30), mas parou de responder os compradores e não apareceu mais até o dia do baile.

De acordo com a Comissão da Escola de Minas 2022, a venda de convites não era competência do rapaz, e a organização da festa não usa contas bancárias em nome de terceiros para realizar as transações (veja mais abaixo).

Terno, passagem e mais

Depois de se dirigir à casa do estudante e encontrar as vítimas com roupas de gala em frente ao imóvel, a equipe da Polícia Militar conseguiu contato com o suspeito e com a família dele.

À PM, o aluno se identificou como vice-presidente da comissão de formatura dos cursos de Engenharia e Arquitetura da UFOP e disse que estava responsável por parte das vendas dos ingressos para o baile da Escola de Minas.

Ele disse que começou os preparativos para a festa há cerca de um ano, mas acabou se desorganizando com as próprias finanças e com as finanças da comissão. O rapaz confessou que acabou se apropriando do dinheiro recebido pelos convites vendidos a R$ 350 e R$ 400.

Segundo ele, parte da quantia foi usada para custear compras pessoais, como um terno feito sob medida no valor de R$ 4 mil, e uma passagem aérea da Argentina ao Brasil, para que a irmã dele fosse à festa de formatura. O estudante ainda disse que, atualmente, tem cerca de R$ 600 na conta bancária.

Preso, ouvido e liberado

A PM deu voz de prisão ao estudante da UFOP, que foi conduzido à delegacia suspeito de estelionato. Procurada pelo BHAZ, a Polícia Civil informou que instaurou inquérito para apurar a suposta prática de estelionato.

“Na tarde de ontem (2), o vice-presidente da comissão de formatura, suspeito de praticar o crime, bem como vítimas e testemunhas, foram ouvidos e, em seguida, liberados. A investigação segue em andamento pela Delegacia de Polícia Civil do município para a completa elucidação dos fato”, informa a corporação.

O BHAZ também procurou a UFOP e aguarda retorno. A defesa do estudante não foi localizada e o espaço segue aberto caso queira se pronunciar.

Comissão se pronuncia

Por meio das redes sociais, a Comissão de Formatura da Escola de Minas 2022 emitiu um comunicado ainda no sábado, alertando sobre a venda de convites falsos para a formatura. Segundo os representantes, os ingressos vendidos pela comissão foram entregues na quinta-feira.

“Nossa Comissão de Formatura não utiliza conta bancária em nome de terceiros para realizar suas transações! Se você foi lesado e caiu no golpe dos convites, procure imediatamente a Polícia Militar ou Polícia Civil faça um boletim de ocorrência”, esclarece.

A comissão disse estar tomando as medidas legais cabíveis contra o estudante.

Comunicado
Comissão esclareceu que não fez venda de convites falsos (Reprodução/@comissao2022em/Instagram)
Edição: Giovanna Fávero
Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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