Ao menos sete pessoas ficaram feridas após uma arma de fogo disparar, acidentalmente, durante uma festa em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, na noite da última quinta-feira (1°). O revólver estava sob posse de uma militar do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais (CBMMG), fora de serviço. Procurada, a corporação afirmou que investiga o caso.
O acidente ocorreu por volta das 20h, na praça Barão de Guaicuí, no Centro da cidade histórica, durante a Festa do Trabalhador, promovida pela Prefeitura de Diamantina. Segundo relato dos envolvidos, a militar Bianca Fabiane Ferreira Garcia teria deixado a arma cair no chão, resultando no disparo acidental. Ela estaria fora do horário de trabalho.
Jhuan Pablo, de 23 anos, uma das vítimas do acidente, relembra o susto vivido. “Eu estava numa roda de amigos, interagindo como em qualquer outro evento, quando escutei o barulho. Na hora, ninguém deduziu que era um disparo de arma. Então, eu olhei pra minha mão e vi que estava sangrando”, diz. A suspeita do rapaz é que ele tenha sido atingido por algum fragmento resultante do disparo.
Mayra Halle, de 31 anos, foi outra vítima e conta que, antes de ser atingida nas duas pernas, ficou impactada pelo estrondo. “Achei que alguém tinha tacado uma bomba, mas, quando olhei para o chão, a moça estava abaixada procurando a arma”, relata. Assim como Jhuan, logo Mayra percebeu o sangramento. Segundo a jovem, cinco dos oito amigos que estavam com ela foram atingidos.
Repercussão
Em nota divulgada nessa sexta-feira (2), o Corpo de Bombeiros afirma que investiga o caso. “Os fatos estão sendo apurados” e “todas as providências legais já foram tomadas no dia do ocorrido”, afirmou a corporação. Mayra e Jhuan acreditam que o acidente foi resultado de negligência por parte da militar.
“A partir do momento que você tem uma arma e não sabe conduzi-la, é negligência”, defende Mayra. “Sozinha, a arma não dispara. Ela devia estar destravada. E, se estava destravada num evento público, parece imprudência pra mim”, aponta Jhuan.
Nenhum dos envolvidos teve ferimentos graves. De acordo com os relatos, as vítimas foram atendidas por uma ambulância estacionada no local da ocorrência. No entanto, Mayra segue inconformada.
“Depois de tudo, algumas pessoas foram para a delegacia, inclusive eu. Meus amigos me chamaram de boba, mas fui mesmo assim. Poderia ter pegado numa artéria, matado alguém. A maior parte dos feridos foi atingida na perna, mas e se fosse uma criança? Pela altura, poderia ter pegado na cabeça”, questiona.
Pela nota, o CBMMG afirmou que só a apuração “elucidará as circunstâncias e possível responsabilização”. O BHAZ tentou contato com Bianca Fabiane Ferreira Garcia, sem sucesso. O espaço segue aberto para esclarecimentos.
Em nota, a Polícia Civil informou que a militar “foi conduzida, ouvida pela autoridade policial e, em seguida, liberada” e que trabalha para “apurar o fato”. A reportagem também procurou a Prefeitura de Diamantina e aguarda retorno. Tão logo haja, a matéria será atualizada.
Nota dos Bombeiros na íntegra
Em relação ao disparo de arma de fogo ocorrido em 01mai2025, em Diamantina, envolvendo uma militar do CBMMG, esclarecemos que os fatos estão sendo apurados e que todas as providências legais já foram tomadas no dia do ocorrido. Posteriormente, a apuração elucidará as circunstâncias e possível responsabilização.
Nota da PC na íntegra
Em relação ao fato ocorrido na quinta-feira (1/5), em Diamantina, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informa que uma mulher, de 31 anos, foi conduzida, ouvida pela autoridade policial e, em seguida, liberada. A PCMG esclarece que instaurou procedimento para apurar o fato.
