Acidente transforma BR-381 em cenário de guerra: ‘Não queria ter visto’

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Acidente aconteceu durante a manhã (Divulgação/CBMMG + Reprodução/@Br381G/Twitter)

O grave acidente que matou uma pessoa e deixou outras nove feridas marcou a manhã desta sexta-feira (18) na BR-381, em Nova União, na região Central de Minas Gerais. A batida envolvendo uma carreta bitrem carregada de melancias e outros cinco veículos provocou um “cenário de guerra”, conforme descreveu quem passou pelo local. Há ainda quem preferia “nem ter visto” a tragédia.

A batida aconteceu no começo da manhã, momento em que o vendedor João Paulo Pessoa se dirigia para o trabalho. “Fiquei assustado quando vi os veículos pegando fogo. Era uma imagem muito forte. Cenário muito trágico, tipo de guerra. Uma coisa é a gente ouvir falar sobre esses acidentes, e outra é ver aqueles carros um atrás do outro naquela situação, e pegando fogo”, conta ao BHAZ.

Alguns colegas de trabalho de João presenciaram o trabalho de resgate do Corpo de Bombeiros. Todos se impressionaram. “Ficaram bem assustados e sequer tiveram a coragem de chegar perto, tamanha a tragédia”, revela.

A causa do acidente segue desconhecida, mas os bombeiros informaram que o motorista da carreta, carregada de melancias, perdeu o controle e atingiu os outros veículos. Aeronaves auxiliaram no transporte das vítimas aos hospitais João XXIII e Risoleta Neves. Uma pessoa morreu carbonizada. As vítimas não tiveram as identidades reveladas.

‘Queria não ter visto’

O acidente aconteceu no sentido Vitória da BR-381, que, devido aos acidentes recorrentes, é chamada de “rodovia da morte”. No oposto da via, um autônomo estava indo em direção a Belo Horizonte. O homem, que estava abalado devido ao acidente, optou por não revelar o nome, mas contou o que viu à reportagem do BHAZ.

“Quando passei, os carros já estavam pegando fogo, aquele barulho de explosão e a fumaça cobria tudo. Nem parei para ajudar, pois não tinha como. É triste demais”, relata o motorista de guincho. Ao se deparar com o batida, a primeira coisa que o homem recorreu foi à fé. “Na hora disse: ‘Senhor Jesus amado tem misericórdia desse povo’. Se eu fosse Deus não teria deixado aquilo acontecer, mas Ele sabe de todas as coisas”.

A imagem da batida, da explosão e dos carros prensados uns aos outros dificilmente vai sair da cabeça do trabalhador. “Comentei com meu sogro que isso vai ficar registrado para sempre na minha mente. Eu não queria nem ter visto aquilo, seria bem melhor. São vidas que estavam ali”, diz emocionado.

A duplicação do trecho onde aconteceu a tragédia, que seria para evitar acidentes iguais ao de hoje, tem favorecido, na opinião do motorista, mais acidentes. “A estrada está muito boa, e o pessoal está abusando demais. Ainda mais que não tem fiscalização eletrônica e nem polícia na pista”, finaliza.

Edição: Aline Diniz
Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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