O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) realizou um seminário para apresentar, nesta segunda-feira (27), um estudo sobre as condições da rodovia BR-040. Entre os principais pontos, foi identificado que há o registro de duas mortes por quilômetro na BR-040 nos últimos seis anos.
O levantamento, realizado pelo Grupo GT Engenharia (criado pelo Crea-MG), leva em conta o período de janeiro de 2017 a setembro de 2023. O trecho analisado vai de Nova Lima, na região metropolitana de BH, até a cidade de Congonhas, na região Central de Minas Gerais.
De acordo com o levantamento, identifica-se que a rodovia é uma das mais movimentadas no Brasil e, principalmente, em Minas Gerais. São 1.175 km de extensão, sendo 771 km no estado mineiro. Nos trechos em que não há duplicação e muitos trechos sinuosos, a BR-040 fica atrás só da BR-381 em relação às mortes por causa de acidentes.
E isso tem crescido a cada ano que passa, por causa de diversos fatores. O estudo aponta que há problemas na infraestrutura como estreitamento de vias nas obras de arte especiais, tráfego intenso de carretas de minérios, pavimento com insuficiência de drenagem e ausência de acostamento, entre outros.
Pontos críticos da BR-040, segundo o Crea-MG
Existem locais críticos definidos como segmentos que têm alta frequência de sinistros. É o que explica Antônio Humberto Almeida, coordenador do GT Engenharia na BR-040 entre os km 563 a 617, do Crea-MG.
“Diante disto todo o trecho em estudo, que se inicia no km 563, em Nova Lima e termina no 617, em Congonhas, pode ser considerado como crítico com a predominância de pista simples, curvas sinuosas, ausência de sinalização e tráfego intenso de carretas. Em uma análise simples, no período de janeiro de 2017 a setembro de 2023, o referido trecho apresentou um número médio de 2 mortes por quilômetro”, explicou.
São 1.307 sinistros registrados no período. Ao todo são 1.720 pessoas feridas e 135 mortes neste trecho da BR-040. Apesar dos dados que se mostram alarmantes, Antônio explica que não consegue ter uma previsão mais detalhada para solucionar todos os problemas que geram esses números.
“Existem projetos aprovados e prazos para execução de obras de aumento de capacidade, de correção de traçado da via, implantação de elementos de segurança viária, dentre outros. No entanto estes itens, que são premissas contratuais da atual concessionária, não foram executados. A via 040 continua responsável pela Rodovia BR-040, porém está isenta de realizar tais obras”, detalha.
O portal BHAZ entrou em contato com a Via 040 e aguarda retorno em relação ao estudo do Crea-MG sobre a BR-040.
