Crianças de 9 a 14 anos devem se imunizar contra o HPV: ‘Temos vacinas sobrando nos postos’

vacina hpv
Em Minas, são 4.075.582 crianças e adolescentes imunizadas com a primeira dose e 2.385.537 que receberam a segunda (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Pais, mães ou responsáveis por crianças de 9 a 14 anos de idade devem levar os pequenos para tomar a primeira dose da vacina contra o HPV, disponível no SUS (Sistema Único de Saúde). O imunizante é destinado a essa faixa etária porque é mais favorável que a vacinação seja feita antes do início da vida sexual.  

A vacina é considerada uma estratégia de prevenção e redução de doenças ocasionadas pelo Papilomavírus Humano, como cânceres do colo do útero, vulva, vagina, região anal, pênis, boca e garganta, além de verrugas genitais.  

No Brasil, é estimado que existam de 9 a 10 milhões de infectados pelo Papiloma Vírus Humano e que, a cada ano, 700 mil casos novos da infecção surjam. Anteriormente, o Programa Nacional de Imunização (PNI) estabelecia a proteção para meninos de 11 a 14 anos, enquanto para as meninas já era determinado que a vacinação ocorresse de 9 a 14 anos.

“A ampliação da faixa etária para o sexo masculino dá continuidade à oferta gradativa desse imunobiológico, já proposta em 2014, igualando a recomendação já em curso para as meninas na faixa etária de 9 a 14 anos”, explica a coordenadora estadual do Programa de Imunizações da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, Josianne Gusmão.

Vacinas sobrando em Minas

Em Minas, a cobertura acumulada em crianças e adolescentes, do sexo feminino, na faixa de 09 a 14 anos, entre 2014 e 2020 é de 66,12%. Entre os meninos na faixa de 11 a 14 anos, entre 2017 e 2020, a cobertura alcançou 54,27%.

Em números absolutos, são 4.075.582 crianças e adolescentes imunizadas com a primeira dose da vacina contra o HPV e 2.385.537 que receberam a segunda dose. Os dados acendem um alerta, já que a cobertura vacinal está abaixo do preconizado pelo Ministério da Saúde, que é de 80% nos grupos elegíveis.

O secretário de Estado de Saúde, o médico Fabio Baccheretti, destaca a importância da vacinação para evitar doenças contagiosas. “Temos vacinas sobrando nos postos porque menos da metade dos adolescentes tomaram duas doses. Vamos garantir mais uma proteção para a saúde das nossas crianças e adolescentes”, alerta o secretário. 

É importante ‘quebrar o tabu’ 

Um dos motivos para a baixa cobertura é o tabu que a vacina pode trazer por se tratar de uma imunização que protege contra uma possível Infecção Sexualmente Transmissível. Jandira Campos Lemos, presidente da Regional Minas Gerais da Sociedade Brasileira de Imunizações, explica que a vacina induz a proteção e não à atividade sexual.

“É importante que se a vacina antes de iniciar a fase de atividade sexual justamente para diminuir a circulação dessas doenças, assim como se vacina contra a gripe antes do inverno. E os pais devem também somar à imunização orientações das demais medidas de prevenção de transmissão de ISTs”, esclarece.

“É uma vacina que tem sua eficácia comprovada, que protege contra os tipos mais prevalentes de HPV e que podem evoluir para doenças como câncer de colo de útero, câncer de pênis, câncer de ânus e câncer de boca”, alertou.  

Esquema vacinal contra o HPV

O esquema da vacina HPV compreende duas doses, com intervalo de seis meses. A criança pode receber a segunda dose mesmo após completar 15 anos, mas é essencial que tenha tomado a primeira até 14 anos, 11 meses e 29 dias.

Além de crianças de 9 a 14 anos, também devem ser vacinados os grupos com condições clínicas especiais: pessoas de 9 a 45 anos de idade vivendo com HIV/Aids, transplantados de órgãos sólidos e de medula óssea, e pacientes oncológicos.

Nestes casos, devem ser administradas três doses da vacina, com intervalo de 2 meses entre a primeira e segunda dose, e 6 meses entre a primeira e terceira dose. Para a vacinação destes grupos, é necessário haver prescrição médica. 

Com Agência Minas

Edição: Roberth Costa
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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