A deputada estadual Andréia de Jesus (PSOL) está sendo ameaçada de morte. É o que a parlamentar revelou em carta aberta publicada nas redes na noite dessa quarta-feira (3). A presidente da Comissão de Direitos Humanos da ALMG vem sendo alvo de ataques por defender a investigação sobre a operação policial ocorrida em Varginha, no Sul de Minas, contra integrantes do “novo cangaço“. Durante a ação policial, 26 pessoas foram mortas.
“Não é fácil abrir meu celular e me deparar com ameaças contra a minha vida”, escreveu a deputada logo no começo do texto. Ao longo da publicação, Andréia explicou que o pedido de investigar a operação se deu após ter sido procurada.
“Minha equipe e eu fomos acionados por mais de 20 veículos de imprensa, por mães sem dinheiro para sepultar seus filhos, por uma rede de ativistas cobrando zelo pela memória de um jovem, querido por sua comunidade e que foi morto também na mesma operação”, afirmou.
O jovem citado, conforme informado pela comunidade à deputada, não tinha envolvimento e nem histórico com a criminalidade. A denúncia foi acolhida pela comissão que tem Andreia como líder e, desde então, os ataques e ameaças começaram.
“Em seguida, todas as minhas redes sociais foram invadidas por extremistas distorcendo a minha fala, com comentários de ódio e desrespeito. E por fim ameaças contra a minha vida”.
‘Vamos lhe matar’
Andréia divulgou o print de uma das ameaças recebidas. No conteúdo da mensagem, o agressor ofende a parlamentar e promete executá-la. “Vai tomar no seu c* sua puta. ‘Vamo’ lhe matar. Seu fim vai ser igual da Marielle pra tu ficar de exemplo”.
Um boletim de ocorrências foi registrado pela Polícia Legislativa da ALMG e Andréia está recebendo escolta policial. “Iremos acionar a Polícia Civil para encaminhamento dos discursos violentos, das ameaças a minha integridade física e contra a minha vida”, comentou.
‘Compromisso inabalável’
Mesmo diante das ameaças e ataques, a parlamentar do PSOL reafirmou que vai continuar lutando por aquilo que acredita. “Reafirmo meu compromisso inabalável pela luta, pelo direito à vida, pelo direito de ser mãe, pelo bem viver, pelo abolicionismo penal e pela vida da juventude negra e favelada”, finalizou.
