Um homem e uma mulher foram flagrados abandonando um cãozinho em uma rua de Alfenas, no Sul de Minas, e o caso acabou chegando à polícia. Os dois, que são vizinhos, foram identificados em imagens de câmeras de segurança como os responsáveis pelo abandono do cão e terão que prestar esclarecimentos à PCMG (Polícia Civil de Minas Gerais) nesta segunda-feira (5).
O animal foi abandonado na Rua Hebe Carmargo, bairro Jardim Alto da Boa Vista, no dia 25 de março, e o crime foi denunciado nessa quarta-feira (31). Pelos circuitos de câmeras particulares, a polícia conseguiu verificar o momento exato em que uma mulher tripulando um Gol preto abandona o cão em plena via pública e foge do local.
Sem sucesso na primeira vez, ela ainda repete o ato de crueldade. Conforme mostram as câmeras, o motorista do veículo aguarda enquanto a mulher leva o cachorro durante três vezes para o mato. O animal chega a tentar correr atrás do carro, mas não consegue.
Crime de maus tratos
Durante os levantamentos, a Polícia Civil identificou os suspeitos nesta quinta-feira (1º) e eles poderão responder pelo crime de maus tratos a animais, com pena prevista de 2 a 5 anos de prisão.
O delegado regional Thiago Gomes Ribeiro destaca a gravidade dos fatos. “Em tempos como estes de pandemia, abandonar um animal indefeso ao léu, é um ato de extrema covardia”. A equipe ainda vai continuar investigando o caso.
Lei Sansão
No dia 30 de setembro de 2020, a Lei Sansão entrou em vigor no Brasil, a fim de penalizar aqueles que praticarem maus-tratos contra cães e gatos. A lei prevê a prisão por dois a cinco anos, multa e proibição da guarda do animal. O nome da lei presta homenagem ao pitbull que teve suas patas traseiras cruelmente decepadas em julho do ano passado, em Confins, região Metropolitana de Belo Horizonte.
“Não sei se essa lei corrigirá comportamentos que na verdade são psicopáticos. Mas acho que ela servirá para fazer muitas pessoas pensarem duas vezes antes de maltratar, abandonar ou torturar um animal de estimação. Será um apoio a mais para nós protetores que tão pouco apoio temos de órgãos públicos ou da sociedade. Assim sendo, qualquer migalha que nos é dada pode ser celebrada”, disse a advogada Danielle Mansur.
Já a médica veterinária Natássia Miranda disse que a sanção da lei foi um dos melhores acontecimentos de 2020. “Antes, a pessoa que maltratava um animal ia apenas na delegacia assinar um papel e era liberada. Hoje, estamos vendo a justiça sendo feita, com os infratores sendo, realmente, presos. Infelizmente, essa lei só abrange cães e gatos. Mas já é um grande avanço para minimizar a quantidade exagerada de casos que vemos diariamente. É uma vitória no âmbito da proteção animal”.
Com Agência Brasil
