Um empresário de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, gravou um vídeo coagindo os próprios funcionários a votarem no presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições. Ele levou um homem venezuelano até a empresa para mostrar aos trabalhadores “o que é o Lula ganhar”.
Em vídeos que circulam nas redes sociais, o empresário aparece dentro de um carro com o homem, uma mulher e duas crianças. A família estaria pedindo dinheiro no sinal. “Vou deixar a esposa e os filhos deles em casa, e ele vai lá para a minha empresa”, diz ele no vídeo.
Em uma gravação feita na empresa Locatudo, ele aparece vestido com uma camisa da seleção brasileira e um boné em apoio a Bolsonaro, antes de apresentar o venezuelano aos funcionários. “Infelizmente ainda temos alguns colaboradores que votam no Lula. Vim conversando com ele sobre esse assunto, e ele falou que o Maduro acabou com o país”, diz.
ABSURDO! 🚨
— Amanda Gondim (@amandagondimudi) October 20, 2022
Empresário bolsonarista de Uberlândia paga e leva venezuelano que estava trabalhando em sinaleiro para coagir o voto de seus funcionários. Além de estar em horário comercial, o empresário filmou e postou o vídeo! pic.twitter.com/itIl5UGEji
Questionado pelo empresário sobre o que aconteceria com o Brasil caso Lula (PT) seja eleito, o homem respondeu que o ex-presidente “vai quebrar o Brasil”, além de dizer que Nicolás Maduro “acabou com tudo” na Venezuela.
O BHAZ procurou o MPT-MG (Ministério Público do Trabalho de Minas Gerais) para saber se o caso está sendo investigado como coação eleitoral e aguarda retorno. A reportagem também entrou em contato com a Locatudo por telefone, mas não obteve retorno.
Assédio eleitoral em Minas Gerais
O MPT-MG já instaurou 251 investigações a partir de denúncias de assédio eleitoral. Segundo o órgão, as mais recorrentes vêm do Sul de Minas. Confira abaixo quantas denúncias cada as Procuradoria do Trabalho de Minas investiga:
Nesta sexta-feira (21), às 14h, o MPT-MG, o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público Estadual (MPMG) vão promover um a audiência pública para colocar debater a questão do assédio eleitoral organizacional e institucional.
A audiência será no auditório do MPT-MG, em Belo Horizonte. A participação é ampla e irrestrita, até a lotação máxima do auditório, que é de 115 lugares. Veja os detalhes aqui.
