Duas irmãs gêmeas de Pedralva, no Sul de Minas, realizaram o sonho de subir ao altar do mesmo jeito que vieram ao mundo: juntas. Rafaela e Rayssa Lima se casaram no último sábado (22) e surpreenderam os convidados ao aparecerem com o mesmo vestido e penteado.
Em conversa com o BHAZ, Rafaela conta que a cerimônia não poderia ter sido diferente. É que, desde que nasceram, ela e a irmã fazem absolutamente tudo juntas.
“Nós compartilhamos tudo, dividimos o mesmo berço, o útero da nossa mãe. Dividimos o primeiro celular na adolescência. Fizemos curso técnico e faculdade juntas, formamos juntas, trabalhamos na mesma escola. Então resolvemos casar juntas e fazer tudo igual para não ter comparação”, explica ela.
No grande momento, as duas entraram juntas na igreja. Rafaela conta que ficou espantada com o tanto de gente que foi prestigiar o momento tão sonhado por ela e pela irmã desde crianças.
“Foi muito melhor do que a gente esperava. Na hora que o cerimonial abriu a porta da igreja, tinha muita gente esperando pra ver. Parecia um bolão, as pessoas ficavam falando: ‘A Rayssa é a da direita e a Rafaela é a da esquerda! Não, a Rafaela é a da direita e a Rayssa é a da esquerda”, brincou ela.
Agora, as irmãs vão ficar separadas pelo menos na lua de mel. Rafaela viajou nesta segunda-feira (24) com o marido, Leandro Oliveira, para Angra dos Reis. Já Rayssa se prepara para ir a Maceió com o Sérgio Gomes.
‘Terra dos Gêmeos’
Pedralva tem uma população estimada de 12 mil habitantes e é conhecida como a “Terra dos Gêmeos”. Segundo estudo da USP (Universidade de São Paulo), a cidade tem índices de nascimentos gemelares acima da taxa nacional.
Por lá, praticamente todas as famílias tem pelo menos um par de gêmeos, sendo um caso a cada 80 gestações. Desde 1940, a cidade registrou em torno de 300 nascimentos de gêmeos. Este valor, ultrapassa a média nacional de um gêmeo a cada 85 nascimentos.
Pesquisadores da USP estiveram em Pedralva para realizar um estudo sobre o nascimento dos gêmeos. Na unidade básica de saúde da cidade, foram coletados dados de medidas corporais, rastreamento do olhar, fotos, vídeos, gravação de voz, questionários, além do teste de DNA e o cadastro no Painel dos Gêmeos. Participaram da pesquisa 12 pares de gêmeos.