Um homem de 40 anos suspeito de feminicídio, em outubro de 2020, foi assassinado na tarde dessa quarta-feira (17), em Bandeira do Sul, na região Sul de Minas Gerais. O crime ocorreu perto de um sacolão da cidade. O principal suspeito é o irmão da mulher morta no ano passado – ele segue foragido. A Polícia Civil investiga o crime.
Adílio Sérgio Gomes andava pela cidade ontem com amigos quando, perto de um sacolão, foi surpreendido pelas costas. De acordo com um dos amigos, um homem forte, moreno e careca desceu de um veículo Golf estacionado perto de um parquinho, e iniciou os disparos. Os dois amigos de Adílio foram se proteger na loja, enquanto o homem recebeu pelo menos 12 tiros. Logo depois, o suspeito entrou no carro e fugiu em alta velocidade.
Com ajuda de testemunhas, a polícia conseguiu identificar o veículo utilizado no crime, que pertence ao irmão de Roberta Camile Araújo Silva, de 34 anos, vítima de feminicídio no dia 18 de outubro do ano passado. O homem assassinado é o principal suspeito do crime cometido em 2020, no qual a mulher foi morta com 13 facadas. As imagens do momento foram captadas pelas câmeras do sistema de monitoramento da cidade.
O homem foi visto fugindo em direção a Poços de Caldas, cidade também no Sul do estado. Segundo informações da polícia, o veículo do irmão da vítima de feminicídio encontrava-se na cidade há alguns dias. O suspeito havia estacionado o carro próximo ao local do crime durante alguns dias. Com placa de Diadema, em São Paulo, o veículo levantou questionamentos. Com isso, a polícia procura pelo homem e fez bloqueios nas cidades do entorno, além de avisar a polícia de São Paulo.
Por meio de nota enviada ao BHAZ (leia abaixo na íntegra), a Polícia Civil informou que “iniciou as diligências para apurar autoria e circunstâncias do crime”. Um inquérito foi instaurado e as testemunhas serão chamadas para depor ainda nesta quinta-feira (18).
Feminicídio
O feminicídio ocorrido em outubro de 2020 ocorreu após uma discussão em um sítio próximo a cidade de Bandeira do Sul. Adílio matou a mulher a golpes de faca, segundo a PM, e deixou o corpo dela coberto por um plástico branco no quintal de casa. A testemunha do crime foi a filha do casal, que explicou que os pais haviam passado a tarde no sítio, na zona rural da cidade, e que ela teria apenas presenciado uma discussão pequena por conta de uma geladeira. Depois disso, a filha foi embora e, em seguida, os pais também.
Em casa, a filha relatou que estava dentro do quarto quando começou a ouvir gritos e agressões. Quando foi ver o que estava acontecendo, encontrou a mãe no chão, no quintal, com as roupas ensanguentadas. A avó da garota, mãe do autor, também testemunhou o fato, e disse que Roberta fechou a porta da casa e falou que ela mesmo resolveria tudo, que não precisava se preocupar. Logo após, ouviu gritos e viu a mulher caída ao chão, com diversas perfurações nas costas. A mãe do autor passou mal com a cena e precisou ser medicada.
Familiares do casal informaram que as brigas eram constantes, com agressões físicas das duas partes. Segundo a perícia, a vítima foi morta com 13 facadas, sendo uma na barriga, oito nas costas, três nas pernas e uma na mão. A arma do crime foi abandonada no local, e recolhida pela perícia. Adílio chegou a ser preso pela Polícia, mas recebeu alvará de soltura pela Justiça em novembro de 2020.
Onde conseguir ajuda?
Caso você seja vítima ou conheça alguém que precise de ajuda, pode fazer denúncias pelos números 181, 197 ou 190. Além deles, veja alguns outros mecanismos de denúncia em BH e Minas Gerais:
Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher: av. Barbacena, 288, Barro Preto | Telefones: 181 ou 197 ou 190
Casa de Referência Tina Martins: rua Paraíba, 641, Santa Efigênia | 3658-9221
Nudem (Núcleo de Defesa da Mulher): r. Araguari, 210, 5º Andar, Barro Preto | 2010-3171
Casa Benvinda – Centro de Apoio à Mulher: r. Hermilo Alves, 34, Santa Tereza | 3277-4380
Aplicativo MG Mulher: Disponível para download gratuito nos sistemas iOS e Android, o app indica à vítima endereços e telefones dos equipamentos mais próximos de sua localização, que podem auxiliá-la em caso de emergência. O app permite também a criação de uma rede colaborativa de contatos confiáveis que ela pode acionar de forma rápida caso sinta que está em perigo.
Seja qual for o dispositivo mais acessível, as autoridades reforçam o recado: peça ajuda.
Nota da Polícia Civil
“Tão logo tomou conhecimento do fato, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) iniciou as diligências para apurar autoria e circunstâncias do crime. O inquérito policial foi instaurado, as perícias foram requisitadas e as testemunhas serão intimadas, nesta quinta-feira (18/03), para prestarem depoimentos”.
Com Polícia Civil
