Idoso usa RG de irmão falecido para se vacinar e vira alvo da polícia

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Idoso alegou que tomou a vacina com os documentos do irmão por medo de ficar doente (FOTO ILUSTRATIVA: Arquivo/Agência Brasil)

A Polícia Civil de Minas Gerais indiciou, pelo crime de falsidade ideológica, um idoso de 80 anos. O motivo é que o homem teria utilizado a documentação do irmão falecido, de 91, para tomar a vacina contra a Covid-19 em Araguari, Triângulo Mineiro. Uma mulher de 40 anos, casada com o neto do investigado, também foi indiciada. Ela era a acompanhante no dia que o homem recebeu o imunizante.

As investigações começaram quando a Secretaria Municipal de Saúde registrou uma ocorrência acerca dos fatos. Isso porque a pasta constatou que os dados informados no momento da vacinação eram de uma pessoa que havia morrido há nove anos, em outro município da região. A partir dos levantamentos, a polícia chegou ao idoso, irmão do homem que havia falecido.

De acordo com o delegado Rodrigo Luis Fiorindo Faria, a investigação apurou que o idoso usou os documentos do irmão para tomar a vacina antecipadamente. Isso porque, pelos critérios de idade estabelecidos na campanha, ele precisaria aguardar.

Assim, na primeira semana de março, ele compareceu à uma unidade de saúde acompanhado da esposa do neto. Ela também cedeu a ele seu comprovante de endereço, que é usado para o cadastro do paciente.

Idoso temia ficar doente

Ainda segundo Faria, em depoimento, o senhor alegou que utilizou os documentos do familiar, uma vez que temia ficar doente. Já a acompanhante informou que só percebeu que o idoso estava se passando pelo irmão na hora de assinar a planilha de registro de vacinação da unidade de saúde. Ela também disse que emprestou o comprovante de residência ao homem porque ele teria esquecido de levar um.

A polícia remeteu o inquérito à Vara Criminal, e a Promotoria de Justiça formalizou a denúncia, dando início ao processo por falsidade ideológica.

“Assim como esse caso, outros fatos de irregularidades na vacinação contra a Covid-19 em Araguari seguem sendo investigados pela Polícia Civil, com apoio do Ministério Público, por meio das Promotorias de Justiça Criminais e da Promotoria de Justiça Curadora da Saúde Pública”, concluiu o delegado.

Com PCMG

Edição: Giovanna Fávero
Andreza Miranda[email protected]

Graduada em Jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2020. Participou de duas reportagens premiadas pela CDL/BH (2021 e 2022); de reportagem do projeto MonitorA, vencedor do Prêmio Cláudio Weber Abramo (2021); e de duas reportagens premiadas pelo Sebrae Minas (2021 e 2023).

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