Ex-namorado é preso suspeito de estuprar, agredir e deixar adolescente sem água e comida no interior de Minas

polícia
A vítima, de 15 anos, compareceu a delegacia junto de uma conselheira tutelar, momento em que denunciou os abusos (Yuran Khan/BHAZ)

O ex-namorado de uma adolescente de 15 anos foi preso preventivamente nesta terça-feira (21) suspeito de cometer estupro de vulnerável e maus-tratos contra ela. O caso ocorreu na cidade de Iguatama, no Centro-Oeste de Minas. A menina foi à delegacia junto de uma conselheira tutelar e denunciou os abusos.

Segundo a adolescente, o suspeito, 19, morou com ela durante cinco meses. Durante todo o relacionamento, ela conta ter sido forçada a manter relações sexuais com ele, sem consentimento, além de ser constantemente agredida com tapas, enforcamentos e puxões de cabelo.

Além dos abusos, a garota também contou que o ex-namorado a deixava sem água, luz e comida. Ela relata já ter ficado sem comer durante cinco dias seguidos.

Ainda segundo a vítima, o jovem usava a casa como ponto de veda de drogas. Nesta terça-feira, a polícia cumpriu mandados de busca e apreensão na casa do invetifado, que foi encaminhado ao sistema prisional e está à disposição da Justiça.

Crime sexual

O crime de estupro é previsto no artigo 213 do Código Penal, e consiste em “constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso”.

Mesmo que não exista a conjunção carnal, o criminoso pode ser condenado a uma pena de reclusão de seis a 10 anos.

O artigo 217A prevê o crime de estupro de vulnerável, configurado quando a vítima tem menos de 14 anos ou, “por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência”. A pena varia de 8 a 15 anos.

Já o crime de importunação sexual, que se tornou lei em 2018, é caracterizado pela realização de ato libidinoso na presença de alguém e sem sua anuência.

O caso mais comum é o assédio sofrido por mulheres em meios de transporte coletivo, como ônibus e metrô. Antes, isso era considerado apenas uma contravenção penal, com pena de multa. Agora, quem praticar o crime poderá pegar de um a 5 anos de prisão.

Onde conseguir ajuda?

Caso você seja vítima de qualquer tipo de violência de gênero ou conheça alguém que precise de ajuda, pode fazer denúncias pelos números 181, 197 ou 190. Além deles, veja alguns outros mecanismos de denúncia:

  • Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher
  • av. Barbacena, 288, Barro Preto | Telefones: 181 ou 197 ou 190
  • Casa de Referência Tina Martins
  • r. Paraíba, 641, Santa Efigênia | 3658-9221
  • Nudem (Núcleo de Defesa da Mulher)
  • r. Araguari, 210, 5º Andar, Barro Preto | 2010-3171
  • Casa Benvinda – Centro de Apoio à Mulher
  • r. Hermilo Alves, 34, Santa Tereza | 3277-4380
  • Aplicativo MG Mulher: Disponível para download gratuito nos sistemas iOS e Android, o app indica à vítima endereços e telefones dos equipamentos mais próximos de sua localização, que podem auxiliá-la em caso de emergência. O app permite também a criação de uma rede colaborativa de contatos confiáveis que ela pode acionar de forma rápida caso sinta que está em perigo.

Seja qual for o dispositivo mais acessível, as autoridades reforçam o recado: peça ajuda.

Com PCMG

Edição: Roberth Costa
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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