Os setores de comércio varejista de roupas e de produtos alimentícios apresentam o maior indicador de fechamento nos primeiros cinco anos de funcionamento no estado. O dado foi apresentado nesta sexta-feira (25) pelo Sebrae Minas, que promove a partir de hoje a Feira do Empreendedor.
Segundo o estudo, uma em cada quatro micro e pequenas empresas (MPEs) mineiras encerraram as atividades nesse mesmo período, entre 2017 e 2021. A pesquisa foi feita com base nos dados da Receita Federal de empreendimentos que faturam entre R$ 360 mil e R$ 4,8 milhões por ano.
De acordo com o superintendente do Sebrae Minas, Afonso Maria Rocha, a instituição vai se orientar por estes dados inéditos para atuar junto às empresas mineiras.
“Isso vai influenciar no planejamento do Sebrae para os próximos anos, em tudo aquilo que produzimos em termos de conhecimento para levar para os pequenos negócios”, afirma.
Mortalidade das empresas
O levantamento aponta que 24,5% das MPEs mineiras abertas em 2017 encerraram as atividades nos primeiro cinco anos de existência. Ou seja, das 55.319 empresas que começaram a funcionar naquele ano, 13.853 fecharam as portas até 2021.
Os comércios varejistas de vestuário e produtos alimentícios apresentaram a maior “mortalidade” neste período, 33,7% e 33%, respectivamente.
Outros oito segmentos também aparecem no ranking com as maiores probabilidades de fechamento:
- serviços de engenharia (30,8%);
- bares e restaurantes (30%);
- serviços combinados de escritório e apoio administrativo (29,9%);
- atividades de condicionamento físico (29,9%);
- comércio varejista de carnes e pescados (29,5%);
- padarias (29,1%);
- cabeleireiro e tratamento de beleza (28,8%);
- atividades científicas e técnicas (28,5%).
Por outro lado, o estudo também mostra quais segmentos apresentaram menos fechamentos de MPEs no mesmo período:
- comércio varejista de produtos farmacêuticos (16,2%);
- manutenção e reparação de veículos automotores (18,5%);
- atividades de atenção laboratorial (19,6%);
- incorporação de empreendimentos imobiliários (20,2%);
- comércio de peças e acessórios de veículos (20,3%);
- comércio varejista de ferragens, madeira e material de construção (20,4%);
- transporte rodoviário de cargas (22,6%);
- construção de edifícios (22,6%);
- minimercados, mercearias e armazéns (22,8%);
- atividades profissionais da área de saúde, exceto médicos e odontólogos (23%).
‘Entender os motivos’
Com os resultados do estudo, o próximo passo agora é entender o que está por trás desses índices de mortalidade de empresas. O Sebrae contratou a UFV (Universidade Federal de Viçosa) para se aprofundar nesse mapeamento.
“Como o estudo é inédito, agora vamos entender os motivos destes números. A UFV vai fazer um trabalho em toda Minas Gerais, e então vamos entender melhor detalhes referentes a setores, municípios, onde as empresas performam melhor ou pior”, explica o superintendente.
Afonso Maria Rocha ainda reforça que a pesquisa divulgada hoje aponta para um índice menor de mortalidade entre as empresas que foram atendidas pelo Sebrae ao longo dos anos. “Isso significa que a qualificação e a orientação é algo fundamental no início de um negócio”, sustenta.