Médica é condenada a 3 anos de prisão por provocar aborto sem consentimento em gestante

médica condenada
Uma médica de Santos Dumont foi condenada a três anos de prisão nesta semana por provocar um aborto sem o consentimento da gestante (FOTO ILUSTRATIVA: banco de imagens/Pixabay)

Uma médica de Santos Dumont, na Zona da Mata, foi condenada a três anos de prisão nesta semana por provocar um aborto sem o consentimento da gestante, em agosto de 2014, após denúncia do MPMG (Ministério Público de Minas Gerais). A mulher tem o direito de recorrer em liberdade.

Segundo a denúncia, oferecida pelo promotor de Justiça Flávio Barra Rocha, a grávida chegou ao hospital no dia do ocorrido por volta das 4h20, com fortes dores abdominais. Ela então teve o primeiro atendimento realizado por uma técnica em enfermagem e narrou que ainda sentia o feto se mexendo.  

Verificando que a gestante não apresentava contrações e seu quadro fugia da normalidade, a técnica entrou em contato com a médica obstetra que estava na escala de sobreaviso do hospital e que tinha obrigação de atender os casos emergenciais de avaliação obstétrica.

Segundo apurado, mesmo ciente do quadro da gestante, a médica tomou a decisão de não comparecer ao hospital, orientando a técnica em enfermagem a dar alguns medicamentos à paciente. O quadro da paciente, contudo, só foi piorando.

Às 6h30, a médica voltou a ser acionada, mas respondeu que em razão do horário podiam chamar o obstetra escalado para o plantão que se iniciava às 7h. O médico foi chamado e, mesmo antes do início do seu plantão, compareceu ao hospital e realizou uma cesariana de emergência. No entanto, não foi possível salvar o feto, que nasceu sem vida.

Na denúncia, o promotor de Justiça afirma que “a denunciada, com essa conduta negligente e omissiva de deixar de examinar pessoalmente a gestante e não lhe ofertar os cuidados médicos necessários, delegando sua função a terceiros desprovidos de capacidade técnica e habilitação profissional para tanto, teve condições de prever a possibilidade do aborto e, mesmo assim, assumiu com sua conduta o risco da ocorrência da morte do feto”.

Com MPMG

Edição: Giovanna Fávero
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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