Minas Gerais registrou em 2024 o maior número de incêndios florestais dos últimos cinco anos. Segundo balanço apresentado pelo Corpo de Bombeiros nesta sexta-feira (23), já são mais de 14 mil ocorrências registradas em todo o estado entre janeiro e agosto deste ano. O dado ultrapassa o último teto de chamados para o mesmo período: 12 mil incêndios em 2021.
Nesta sexta, cerca de 200 pessoas, entre militares e brigadistas, atuam para combater as chamas em oito unidades de conservação ambiental de Minas Gerais. Sete aeronaves também foram mobilizadas para auxiliar as operações.
“O período de estiagem, nosso inverno, é marcado pelo baixo índice pluviométrico, baixas temperaturas e baixa umidade do ar. Isso associado a um período de estiagem prolongado deixa o ambiente propício aos incêndios florestais”, explica o Tenente Coronel Ivan Neto.
De acordo com os bombeiros, entre janeiro e agosto de 2024, o fogo consumiu cerca de 4 mil hectares, o equivalente à 4 mil campos de futebol, das áreas preservadas no estado.
Para frear o avanço das queimadas, o Corpo de Bombeiros instalou bases de operações em quatro unidades de conservação com histórico de incêndio. São elas: Serra do Rola Moça, Serra do Cabral, Alto do Mucuri e Cochá e Gibeão. Além disso, a corporação mobiliza agentes para monitorar os focos de calor em todo o estado diariamente.
“O Governo do Estado empenhou R$ 9,8 milhões para a aquisição de equipamentos e contratações de profissionais. Nós passamos a contratar brigadistas, treinar esses profissionais e contratar aeronaves para o combate aos incêndios florestais”, pontuou o tenente
Mais de 90% dos incêndios são causados por pessoas
Apesar do contexto climático, as autoridades alertam que mais de 90% dos incêndios florestais são iniciados por pessoas. “Estudos comprovam que a maioria das ocorrências têm origem antrópica, ou seja, causados pelo homem. Em unidades de conservação, trata-se de crime ambiental”.
Hoje a corporação investe em profissionais treinados em perícia de incêndios. Quando há suspeita de queima criminosa, os militares são acionados para verificar e identificar o agente causador das chamas.
O tenente coronel também orienta a população para evitar o risco de incêndios em áreas com vegetação: “Pedimos para não atear fogo em lixo ou entulho e não fazer capina em lotes urbanos ou rurais com uso do fogo para que a pessoa não perca o controle dessa queima e isso se transformar num grande incêndio”.