A dependência financeira é um dos principais obstáculos que impedem mulheres de abandonar situações de violência e abuso. Pensando nisso, a Sedese (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social) lançou, nessa segunda-feira (2), uma iniciativa que busca possibilitar que mulheres em situação de vulnerabilidade conquistem sua independência por meio da moda.
Para que isso seja possível, o projeto Trajeto Moda vai oferecer capacitações em corte e costura, além de outras formações, como liderança, associativismo e vendas. Participam do projeto piloto dez mulheres da capital e sete líderes de cada uma das cidades-sede das regionais da Sedese: Muriaé, Governador Valadares, Salinas, Almenara, Diamantina, Teófilo Otoni e Montes Claros.
Na segunda etapa, os cursos de corte e costura, vendas e outras especialidades de confecção serão disponibilizados a 280 mulheres, sendo 40 de cada região: 20 da zona urbana e 20 da zona rural – totalizando, assim, 297 beneficiárias atendidas.
Com uma abordagem psicossocial, o projeto ainda vai oferecer formação em cooperativismo, em que as participantes poderão elaborar um plano de negócios. Todas as atividades serão acompanhadas pela Sedese.
Empoderamento
No lançamento do projeto, a secretária de Estado de Desenvolvimento Social, Elizabeth Jucá, enfatizou a importância da participação das mulheres na iniciativa. “Esse é um projeto construído conjuntamente. Vocês podem mostrar para várias outras mulheres que elas podem estar aqui, que também podem ter esperança, e ser capazes de gerar renda. Queremos o empoderamento não só para essas mulheres, mas também para suas famílias”, comentou.
A secretária também destacou que é preciso fortalecer a rede de segurança das participantes. “Estive no Vale do Mucuri na semana passada, e me assustei com o número de feminicídios registrados. Antes de darmos autonomia, precisamos dar segurança para essas mulheres, inclusive para que elas consigam ir ao nosso projeto”, disse.
Também presente na cerimônia estava a líder comunitária de Governador Valadares, Josiany Souza, que destaca a importância da iniciativa para a libertação de mulheres vítimas de violência doméstica. “Sabemos, como mulheres, como a violência é muito mais forte quando há a dependência financeira”, começa.
“Diante de tantas adversidades, temos esperança de que, no fim, tenhamos 280 mulheres capacitadas, produzindo, gerando renda, para poderem alcançar, cada vez mais, a emancipação, a condição e a autonomia financeira”, enfatiza Josiany.
O Trajeto Moda é apoiado por órgãos dos poderes Executivo e Legislativo, pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), pela DPMG (Defensoria Pública de Minas Gerais), por empresários do universo da moda e por organizações civis e instituições, como o Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial).
Com Agência Minas