Mineiro compartilha ida a bunker e tensão em Kiev, na Ucrânia, em meio a risco de ataques

Mineiro na Ucrânia
David Abu-Gharbil se mudou para o país há dois meses, para trabalhar e estudar (Reprodução/@dabugharbil/Instagram)

Um engenheiro natural de Coqueiral, no Sul de Minas, compartilha nas redes sociais a aflição vivida na Ucrânia após os avisos de ataques da Rússia. Nesta quinta-feira (24), ele publicou um vídeo mostrando sua ida para um bunker, com outros moradores da capital do país, Kiev.

David Abu-Gharbil se mudou para a Ucrânia há dois meses, para estudar e trabalhar. Nas postagens no Instagram, ele mostrou pessoas com malas em frente à entrada de um bunker, onde eles devem entrar caso um ataque se concretize.

“Vou dando mais notícias. Estamos aguardando, porque teve um aviso agora que vai ter vários ataques na cidade. Enquanto isso, vou ficar aqui, avisando vocês”, diz o engenheiro no vídeo. Ele ainda disse que o celular está com pouca bateria e, por isso, não consegue conversar com muitas pessoas pelas redes.

Medo e apreensão

Em um vídeo publicado mais cedo, há cerca de 10 horas, David Abu-Gharbil disse que a “situação ficou feia” no país e que o povo ucraniano está com medo e chocado.

“Hoje pela manhã tocou a sirene avisando que a Rússia entrou e que estaríamos em estado de guerra. Você não pode sair de casa, o espaço aéreo está fechando, não pode sair daqui voando. As ruas estão lotadas sentido Polônia, então não tem como mais sair”, relatou.

“O que resta a nós é nos protegermos”, completou o mineiro, contando que sairia para fazer compras. Em outro vídeo compartilhado em seguida, David disse que os supermercados estão lotados e que há filas enormes.

“Preciso comprar pelo menos um pão, não tenho suprimento suficiente para esta semana. Preciso sacar dinheiro também. Hoje a cidade está meio nebulosa, estamos nessa expectativa do que vai acontecer”.

O BHAZ tentou entrar em contato com o engenheiro por meio das redes sociais, mas ainda não obteve retorno. Ao jornal Band News, David contou que está em contato com outros brasileiros e que, se a situação piorar, eles planejam deixar o país.

“Estamos tentando uma forma de alugar um ônibus, uma van, e tentar ir embora, mas o problema é que as estradas estão lotadas. Estamos nesse aguardo, e que seja tudo bom para nós brasileiros e para a Ucrânia, porque os cidadãos ucranianos não merecem isso”, disse na entrevista.

Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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