Polícia confirma que mulher internada em Vitória não é criança mineira desaparecida há 45 anos

criança hospital ES
Criança está desaparecida desde 1976 (Reprodução/Diário do Nordeste)

Um resultado prévio da apresentado pela Rede Integrada de Perfis Genéticos confirmou a exclusão de maternidade e paternidade dos pais da mineira Cecília São José de Faria, desaparecida desde 1976, em Guarapari, no Espírito Santo. O caso voltou a ganhar repercussão após uma mulher ser encontrada internada em estado vegetativo em um hospital militar na cidade de Vitória e levantar a suspeita de que ela poderia ser Cecília.

“Na data de hoje (05), os perfis do casal de Minas Gerais e da paciente foram novamente comparados e o resultado previamente apresentado pela Rede Integrada de Perfis Genéticos foi confirmado (exclusão de maternidade e paternidade)”, informou a Polícia Civil de Minas Gerais, em nota enviada ao BHAZ (leia na íntegra abaixo).

A mulher em questão, que levantou possibilidades de ser Cecília de Faria, está internada em estado vegetativo no Hospital da Polícia Militar de Vitória, no Espírito Santo. O exame foi realizado após surgirem suspeitas de que ela seria a criança mineira desaparecida. Atualmente com 40 anos, Clarinha, como foi apelidada pelas equipes médicas, chegou ao hospital no ano 2000, após ser atropelada por um ônibus.

Polícia acompanhava o exame de DNA

Ainda segundo a Polícia Civil, as amostras biológicas dos pais da criança desaparecida, na época com apenas um ano de idade, foram processadas pela Seção Técnica de Biologia e Bacteriologia Legal e os perfis foram inseridos no Banco de Dados de Perfis Genéticos em fevereiro de 2013.

Já a amostra biológica da paciente Clarinha, internada no Estado do Espírito Santo, foi processada pelo Laboratório de DNA Criminal do estado e inserida no Banco de Dados de Perfis Genéticos em novembro de 2015.

O cruzamento dos materiais genéticos foi possível porque Minas e o Espírito Santo integram um banco de perfis genéticos, o que permite a realização de comparações entre materiais cadastrados por laboratórios de vários pontos do Brasil. “Assim, caso a paciente fosse filha do casal mineiro, a maternidade/paternidade dessa teria sido confirmada em novembro de 2015”, explicou a polícia.

‘Todas as possibilidades descartadas’

“A PCMG esclarece que, na época dos fatos, tomou as providências cabíveis (divulgação das imagens da criança e seus familiares, inclusive da fotografia envelhecida da desaparecida, contato com as redes da assistência social e da saúde em busca de informações sobre o paradeiro da desaparecida) e a mídia nacional deu ampla divulgação ao caso”, complementou a corporação.

“Em virtude disso, esta Polícia Civil  recebeu informações de mulheres que poderiam ser a desaparecida em questão, porém, após confronto do material genético dessas mulheres com o material genético dos genitores de Cecília, todas as possibilidades foram descartadas”, concluiu.

O BHAZ entrou em contato com a família de Cecília, que preferiu não se manifestar sobre o caso, mas garantiu estar “surpresa com toda essa história”.

Nota da PCMG na íntegra

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informa que as amostras biológicas dos pais da criança desaparecida em 1976, no município de Guarapari/ES, foram processadas pela Seção Técnica de Biologia e Bacteriologia Legal/PCMG e os perfis foram inseridos no Banco de Dados de Perfis Genéticos em fevereiro/2013. A amostra biológica da paciente internada no Estado do Espírito Santo foi processada pelo Laboratório de DNA Criminal/ES e inserida no Banco de Dados de Perfis Genéticos em novembro/2015. Os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo são integrantes da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos, o que permite que, periodicamente, haja o confronto de suas respectivas inserções com todas as inserções dos Laboratórios de DNA Forense do nosso país que contribuem com esta rede. Assim, caso a paciente fosse filha do casal mineiro, a maternidade/paternidade dessa teria sido confirmada em novembro/2015.
Na data de hoje (05/08/2021), os perfis do casal de Minas Gerais e da paciente foram novamente comparados e o resultado previamente apresentado pela Rede Integrada de Perfis Genéticos foi confirmado (exclusão de maternidade e paternidade).
A PCMG esclarece que, na época dos fatos, tomou as providências cabíveis (divulgação das imagens da criança e seus familiares, inclusive da fotografia envelhecida da desaparecida, contato com as redes da assistência social e da saúde em busca de informações sobre o paradeiro da desaparecida) e a mídia nacional deu ampla divulgação ao caso. Em virtude disso, esta Polícia Civil recebeu informações de mulheres que poderiam ser a desaparecida em questão, porém, após confronto do material genético dessas mulheres com o material genético dos genitores de CECÍLIA, todas as possibilidades foram descartadas.

Jordânia Andrade[email protected]

Repórter do BHAZ desde outubro de 2020. Jornalista formada no UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) com passagens pelos veículos Sou BH, Alvorada FM e rádio Itatiaia. Atua em projetos com foco em política, diversidade e jornalismo comunitário.

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