Municípios avançam e Minas volta a ter todas as regiões fora da onda roxa

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Portas fechadas viraram cenário comum por causa de medidas impostas em todo o estado (Amanda Dias/BHAZ)

Pela primeira vez desde que a onda roxa do Minas Consciente foi implantada, Minas Gerais voltou a ter todas as regiões fora desta, que é a fase de restrições mais rígidas para conter a Covid-19. A decisão foi tomada nesta quinta-feira (29) pelo Comitê Extraordinário Covid-19, grupo que se reúne semanalmente para avaliar o avanço da pandemia no estado.

Nos últimos 14 dias, o estado teve queda de 38% na incidência da Covid-19 – e 13% na última semana, conforme balanço da SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais).

A melhora nos indicadores possibilitou que, após 45 dias em fases mais restritivas, quatro macrorregiões avancem para a onda amarela do plano Minas Consciente, permitindo medidas mais flexíveis para abertura do comércio e outras atividades. 

Fases menos restritivas

As regiões Norte, Triângulo do Norte, Vale do Aço e Jequitinhonha poderão seguir as normas da onda amarela a partir do próximo sábado (1º), após publicação no Diário Oficial de Minas Gerais. Também avançam para a amarela as microrregiões de Curvelo, Patos de Minas, João Pinheiro, Carangola, Muriaé, Ubá, Cássia/Passos, Piumhi e São Sebastião do Paraíso.

As localidades apresentaram quedas sustentadas na positividade e na incidência, além de redução na espera por leitos.

A macrorregião Nordeste também teve melhora nos indicadores e avançou para a onda vermelha do Minas Consciente. Assim, nenhuma região mineira se encontra na onda roxa, criada como medida emergencial em março para restabelecer a capacidade assistencial do sistema de Saúde.

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Após 45 dias, regiões voltaram às ondas amarela e vermelha (Governo de Minas/Divulgação)

‘Principal objetivo’

O governador Romeu Zema ressaltou que, embora ainda seja extremamente necessário manter os cuidados sanitários para evitar a propagação do vírus, o cenário é de melhora em todo o estado e reflete o esforço dos mineiros nas últimas semanas.

“As medidas restritivas da onda roxa foram penosas para todos, mas o nosso esforço, agora, aparece na queda considerável na incidência e no número de internações. Isso se refletirá, nas próximas semanas, em queda no número de óbitos, que é o principal objetivo”, disse. O secretário de Estado de Saúde, o médico Fábio Baccheretti, afirmou que a positividade também caiu nas últimas semanas, assim como a pressão por leitos.

Atualmente, o percentual de pessoas com sintomas gripais que testam positivo para Covid-19 é de 39%. O número chegou a cerca de 50% no último mês. Já a fila de espera por um leito de UTI caiu de 211, no dia 22/4, para 179 nesta quinta-feira.

“Essa queda demonstra que o vírus está circulando menos na sociedade. Tivemos queda consistente no número de novos casos. Os dados indicam que o nosso pico foi no dia 15/4 e a onda roxa foi fundamental para que não tivéssemos uma alta muito pior do que a que vivenciamos”, defendeu o Baccheretti.

Idosos x Jovens

O secretário também afirmou que a vacinação já foi responsável por uma queda considerável no número de óbitos, especialmente nas faixas etárias que receberam as duas doses.

 “A proporção de óbitos por faixa etária mostra a eficácia da vacinação. Desde março, quando a população acima de 90 anos recebeu imunidade total após a segunda dose, a proporção de mortes desse grupo está caindo. A nossa expectativa é de que a faixa entre 60 e 79 anos, que hoje equivale à maior taxa de óbitos, também tenha queda expressiva com a segunda dose”, explicou.

Baccheretti lembrou ainda que os jovens estão se expondo mais e, com a nova cepa mais contagiosa, a doença teve aumento de incidência nessa faixa etária. “É fundamental que os jovens redobrem os cuidados até que a vacinação atinja todos os grupos”, orientou. 

Municípios

As cidades com menos de 30 mil habitantes também apresentaram queda na incidência da Covid-19 por duas semanas seguidas. Nesta quinta (29), 75 municípios tiveram incidência abaixo de 50 casos para 100 mil habitantes e podem progredir automaticamente de onda, independentemente da situação da região em que se encontram.

Vale lembrar que nenhuma macro ou microrregião pode sair da onda roxa diretamente para a onda amarela, sendo necessário, obrigatoriamente, passar pelo menos uma semana seguindo as medidas da onda vermelha.  Atualmente, 670 municípios estão aderidos ao Minas Consciente, o que representa quase 79% do estado.

Cirurgias eletivas

Durante a reunião do Comitê Executivo Covid-19, nesta quinta-feira, também ficou decidido que as cirurgias eletivas continuarão suspensas até o dia 30 de junho, seguindo os moldes da onda roxa, até que haja estoque de medicamentos e anestésicos necessários para a intubação.

O grupo estuda a possibilidade de retorno gradual durante esse período, permitindo, por exemplo, aquelas cirurgias que não utilizam os medicamentos do kit intubação.

O secretário de Saúde também lembrou que Minas tem recebido insumos e que é possível que, antes desse período, o Estado consiga restabelecer um estoque seguro de medicamentos. “Nos próximos dias, vamos receber, por exemplo, cerca de 120 mil ampolas de sedativo, o que já nos ajuda a ter mais segurança”, afirmou.

Com Agência Minas

Giovanna Fávero[email protected]

Editora no BHAZ desde março de 2023, cargo ocupado também em 2021. Antes, foi repórter também no portal. Foi subeditora no jornal Estado de Minas e participou de reportagens premiadas pela CDL/BH e pelo Sebrae. É formada em Jornalismo pela PUC Minas e pós-graduanda em Comunicação Digital e Redes Sociais pela Una.

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