A Academia Brasileira de Letras emitiu uma nota de repúdio após a Secretaria Municipal de Educação de Conselheiro Lafaiete, no Alto Paraopeba, suspender a distribuição do livro “O Menino Marrom”, do escritor Ziraldo, nas escolas.
De acordo com o comunicado, divulgado nesta quarta-feira (26), a academia afirma que “repudia veementemente toda e qualquer forma de censura a obras literárias”. “Este livro, publicado em 1986 por um autor premiado e respeitado tanto no Brasil quanto no exterior, é um clássico da nossa literatura infantojuvenil, lido nas escolas brasileiras há quase quatro décadas”, destaca a nota.
A Secretaria Municipal de Educação de Conselheiro Lafaiete informou que a decisão foi tomada temporariamente “diante de diversas manifestações” de pais sobre o conteúdo do livro. Em um áudio que circula nas redes sociais, um pai diz que a capa do livro “remete para assuntos de racismo” e tem um conteúdo “agressivo”.
“O livro foi distribuído no kit Leituralizando com livros para crianças da creche ao ensino médio e nunca foi recolhido, proibido ou algo do gênero”, destaca o comunicado da secretaria. O órgão afirmou ainda que a suspensão se deu apenas por um período de 24h para que houvesse uma “adequação da abordagem pedagógica”. “Em momento algum foi cogitado qualquer ação que não fosse a manutenção dos trabalhos com tão relevante obra do importante autor mineiro Ziraldo”, finaliza.
No último dia 24 de junho foi realizada uma transmissão ao vivo destinada à comunidade escolar para discutir os aspectos abordados na obra. Entre terça-feira (25) e 1º de julho, ainda ocorrerão “Rodas de Conversa” entre professores e membros da comunidade escolar. Ao BHAZ, uma sobrinha de Ziraldo considerou a suspensão do livro dele como “uma bobagem”. Veja a entrevista completa aqui.
Confira o comunicado completo abaixo:
