Os professores da rede estadual de ensino de Minas Gerais decidiram, durante assembleia realizada nessa quinta-feira (5), manter a greve por tempo indeterminado Estado. A categoria, que se reuniu no pátio da ALMG (Assembleia Legislativa de Minas Gerais), cobra do governador Romeu Zema (Novo) o pagamento do piso salarial e o fim do “sucateamento da educação pública”.
De acordo com o Sind-UTE/MG (Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais), cerca de 70% das escolas aderiram ao movimento de greve. A SEE/MG (Secretaria de Estado de Educação) contesta esse índice e informa, em nota, que o balanço da paralisação dos servidores apurado nessa quinta-feira (05) apontou que 90,2% das escolas públicas estaduais tiveram funcionamento normal ou parcial.
Ainda de acordo com a pasta, 96,3%, de um total de 3.613 unidades escolares do Estado responderam ao questionamento sobre o funcionamento.
Ainda na tarde dessa quinta-feira (6), os professores, após a assembleia, realizaram um protesto pelo Centro de Belo Horizonte. Eles caminharam até a Praça Sete. A mobilização foi dispersada pacificamente por volta das 18h. Segundo o sindicato, uma nova assembleia, que pode definir pelo fim ou não da greve, será realizada no dia 12 deste mês. Confira os próximos passos do movimento:
- 6/3 – Realização de plenárias locais e regionais, rodas de conversa e mobilizações para ampliar a adesão à greve
- 8/3 – Participação em todas as regiões do estado nos atos do Dia Internacional da Mulher, levando as reivindicações da greve
- 9/3 – Comandos de greve locais
- 10/3 – Atos regionais pela sanção da emenda
- 12/3 – Assembleia Estadual
O que diz a SEE?
A secretaria informou, por meio de nota, que o Estado analisa a emenda aprovada pela Assembleia Legislativa. Confira a nota na íntegra:
“Nesta quinta-feira (5/03), os secretários Estado de Planejamento e Gestão, de Fazenda e de Educação receberam representantes do Sind-UTE. Na reunião, foi informado que o Estado ainda realiza análise de emenda aprovada na Assembleia Legislativa que prevê aumento salarial para a categoria. A Seplag vem recebendo e dialogando com representantes dos sindicatos de todas as categorias. Até o momento, 70% dos servidores da Educação receberam o 13° salário integral. Para concluir o pagamento, o Governo do Estado conta com a operação financeira do nióbio.
A Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais reafirma que respeita o direito constitucional de greve dos servidores da Educação do Estado e reitera que tem mantido um diálogo franco e aberto com representantes sindicais.
Com o intuito de preservar e respeitar os direitos dos estudantes e visando alinhar e planejar os procedimentos de reposição de aulas, a Secretaria encaminhou para as Superintendências Regionais de Ensino a solicitação de elaboração, junto às escolas, de um cronograma parcial de reposição para os dias paralisados”.
Greve Municipal
Em BH, os professores da rede municipal também estão em greve. A PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) acionou a Justiça alegando que o movimento é “ilegal, abusivo e quebra do acordo o acordo assinado entre as partes, em novembro do ano passado”.
Na última quarta (4), a desembargadora Albergaria Costa, da 1ª Seção Cível do TJMG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais), atendeu à ação da PBH e considerou a paralisação da categoria ilegal. A decisão determina que os trabalhadores retomem as atividades sob pena de multa diária de R$ 1 mil caso o movimento não seja suspenso.
+ Justiça considera ilegal e determina fim da greve dos professores em BH
No entanto, o Sindi-Rede (Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte) decidiu manter o movimento grevista e afirmou que vai recorrer da decisão judicial.
“Conforme já esclarecemos em nota publicada anteriormente, a decisão de início ou fim de greve cabe exclusivamente à Assembleia Geral da categoria. Sendo assim, a greve está mantida e seguirá seu calendário”, informou o sindicato.
Uma nova assembleia da categoria será realizada na próxima segunda (9), às 14h, na Praça da Estação.