Sobe número de cães mortos com suspeita de intoxicação por consumo de petisco; Polícia Civil investiga

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Cães morreram com suspeita de intoxicação (Arquivo pessoal)

A Polícia Civil de Minas Gerais confirmou nesta quinta-feira (1º), em coletiva de imprensa, que subiu para nove o número de cães mortos com suspeita de intoxicação por etilenoglicol. O caso é investigado desde que tutoras desconfiaram da morte de dois cachorros saudáveis e os levaram para análise na UFMG, cujo laudo preliminar apontou intoxicação pela substância.

De acordo com a corporação, os tutores desconfiam que um petisco contaminado pode ter provocado a morte dos cães e a perícia da Polícia Civil analisa amostras do produto. Além da capital mineira, casos de intoxicação também foram registrados em Piumhi, no Centro-Oeste do estado, e em São Paulo.

No caso de São Paulo, uma moradora procurou a Polícia Civil de Minas para relatar que o cão dela também morreu e suspeita que em decorrência do consumo de produtos da mesma marca. Ainda segundo as autoridades, o Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) está ciente da investigação e avalia retirar os produtos de comercialização em todo o território nacional.

Em conversa com o BHAZ, a advogada Silvia Valamiel explica que representa as duas tutoras que iniciaram uma mobilização para descobrir o que ocorreu com os cães delas. “Sou representante de duas tutoras, cinco animais ao todo, elas foram as primeiras a se mobilizar em busca de respostas”, diz.

“Quando ocorre só um caso é mais difícil identificar, então temos recebido contato de outros tutores que relatam situações semelhantes. Tivemos um retorno da Polícia Civil de que o Mapa esteve na fabricante e reteve algumas amostras para análise de petiscos do mesmo lote”, relata a defensora.

Ainda segundo Silvia, as tutoras estão “muito abaladas, angustiadas e tristes”. “Quem tem pet sabe a importância deles na vida dos tutores, o que representa o relacionamento, elas ficaram dias sem trabalhar mobilizadas em busca de respostas”, explica. Para Silvia o sentimento das tutoras ao buscar entender o que ocorreu com os pets tem como objetivo “evitar que o mesmo aconteça com outras pessoas”.

A empresa responsável pela produção dos petiscos é a Bassar, de São Paulo, e os produtos investigados são o Dental Care e o Every Day. A empresa, inclusive, já foi notificada e um pedido de esclarecimentos expedidos. Por meio de nota ao BHAZ, a Bassar informa que retirou o lote 3554 do produto Everyday do mercado por precaução, mas que confia nos processos de fabricação e jamais usou a substância etilenoglicol (veja a nota na íntegra abaixo). Já a Petz, rede em que tutores afirmam ter comprado os petiscos, informa que os retirou voluntariamente das prateleiras.

O caso dos cães é investigado pela Delegacia Especializada em Defesa do Consumidor e as autoridades pedem que as pessoas procurem a Polícia Civil diante da existência de situações parecidas. Agora, a corporação aguarda o resultado de laudos para identificar qual substância pode ter provocado as mortes dos animais.

Nota da Bassar na íntegra

“A Bassar Pet Food informa que enviou os produtos citados para análise no laboratório no Centro de Qualidade Analítica, cujo resultado deve ser divulgado nos próximos dias. Por precaução, a companhia iniciou a retirada do mercado do lote 3554 do produto Everyday.

A empresa informa que vem tomando todas as providências para esclarecimento do fato desde o dia em que recebeu o primeiro relato de possível intoxicação. A Bassar reforça que não há nenhum laudo conclusivo sobre a causa das mortes dos cães e está segura da excelência e da segurança de seus processos de fabricação.

Funcionários do Ministério da Agricultura realizaram inspeção na empresa em diferentes ocasiões nos últimos dias e atestaram que a fábrica atende a todos as normas de segurança alimentar e de produção. Os laudos do MAPA comprovam ainda que não há contaminação na linha de produção.

A companhia não utiliza e nunca utilizou o etilenoglicol na fabricação de nenhum de seus produtos. O propilenoglicol utilizado é um aditivo alimentar presente em alimentos humanos e animal em todo o mundo. A Bassar adquire esses insumos de empresas idôneas e devidamente registradas no MAPA.

Em seus 5 anos de história, a Bassar Pet Food jamais passou por situação semelhante, se solidariza com a dor dos tutores e reforça a confiança nos processos de fabricação, além de reiterar que preza pela qualidade de seus produtos e pelo bem-estar e satisfação de seus clientes”.

Roberth Costa[email protected]

De estagiário a redator, produtor, repórter e, desde 2021, coordenador da equipe de redação do BHAZ. Participou do processo de criação do portal em 2012; são 11 anos de aprendizado contínuo. Formado em Publicidade e Propaganda e aventureiro do ‘DDJ’ (Data Driven Journalism). Junto da equipe acumula 10 premiações por reportagens com o ‘DNA’ do BHAZ.

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