STF altera pena de homem com pé amputado condenado a capinar praça em Minas

Enxada
Homem chegou ao local, mas não conseguiu realizar o serviço (Foto ilustrativa: Tim Foster/Unsplash)

O ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), alterou a pena de um homem que tem um pé amputado e foi condenado a capinar parte de uma praça em Ouro Fino, no Sul de Minas. A decisão que concedeu a ele um habeas corpus é de junho deste ano.

Segundo os autos do processo, o homem havia sido condenado a prestar serviços comunitários, mas ao chegar ao local, “foi lhe proposto, por servidores da prefeitura local, o serviço de capinar um local íngreme em uma praça”.

A defesa dele argumentou que, devido às limitações que o cliente tem para se locomover após a amputação do pé esquerdo em 2005 e o uso de prótese, não foi possível executar o trabalho. O homem também sofre de artrose acentuada no quadril, hipertensão, diabetes, cardiomipatia e outros problemas de saúde.

O advogado ainda sustentou que manter a prestação de serviços comunitários equivale à imposição de pena cruel e que ofende a dignidade da pessoa humana. Apesar disso, o pedido de mudança da pena para prestação pecuniária foi negado em todas as instâncias até chegar ao STF.

Decisão

O relator do caso no Supremo, ministro Edson Fachin, ponderou na decisão que o Pleno do STF já consolidou o entendimento de que tanto as penas com suas execuções devem ser individualizadas. Para ele, as decisões anteriores que negaram a mudança de pena são “desprovidas de adequada fundamentação”.

“Não se está a tratar, no caso concreto, de direito subjetivo do acusado a escolher a pena que lhe convém, mas sim de adaptar a forma de cumprimento da pena, à luz de condições individuais de saúde demonstradas pelo executado”, diz a decisão.

Sustentando que não vê motivo para que se negue a mudança de pena, Fachin concedeu o habeas corpus e determinou que a pena de prestação de serviços comunitários seja substituída pela pena de prestação pecuniária.

A prestação pecuniária, conforme a legislação brasileira, consiste no pagamento em dinheiro à vítima do crime, a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social.

Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!