‘Você nem se recuperou da primeira e foi tudo embora de novo’

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Raposos e Sabará, na região metropolitana de BH, foram devastadas pelas fortes chuvas (Reprodução/Redes sociais + Luana Vilela/Arquivo pessoal)

Marcas deixadas pela água e pela lama; muros, pontes e casas aos pedaços. A sensação de abandono e impotência. Sonhos e vidas transpostos, arrastados, impedidos. “Você nem se recuperou da primeira e foi tudo embora de novo”, resume Luana Vilela, moradora de Sabará, na região metropolitana de BH. A cidade é uma das mais de 400 em estado de emergência por conta das fortes chuvas que atingiram Minas nas últimas semanas – segundo a Coordenadoria de Defesa Civil, até o sábado (22), 48.607 pessoas ficaram desalojadas e 7.735 desabrigadas. Vinte e cinco mortes também foram registradas no estado.

Além do cenário de guerra nas cidades atingidas por fortes chuvas, os moradores ainda precisam lidar com o temor de se contaminar com a Covid-19. Desabrigados, muitos deles não conseguem cumprir protocolos que evitem a propagação e contágio pelo novo coronavírus, como evitar aglomerações. E a dobradinha enchentes e Covid ainda impõe desafios relacionados à saúde mental. “Você falar para uma mãe que ela pode pegar Covid, mas ela não ter nem onde morar, é complicado. O que ocorre é um manejo da pobreza, ter que mediar uma situação em que as linhas são tênues”, pontua a psicóloga Thais Marcela Barbosa ao BHAZ.

O infectologista Leandro Curi, por sua vez, aponta a testagem em massa, e a vacinação de adultos e crianças, como medidas para conter possíveis contaminações de grandes grupos em decorrência das chuvas. Ele também lembra a importância do cartão de vacinação. “Outra questão é se esses desabrigados não perderam a data de vacina, muita gente pode ter perdido o cartão de vacinação nas enchentes, e nem está pensando nisso, então tem que redobrar a atenção”, diz.

‘Cada parede é parte de um sonho’

Na região metropolitana de BH, cidades como Nova Lima, Raposos e Sabará foram algumas das mais afetadas pelas chuvas. Passado o momento mais crítico, agora, famílias inteiras se mobilizam para reconstruir tudo do zero. “Independente de onde a gente morar, a gente constrói um sonho. A cada parede que você levanta, a cada cômodo, é parte de um sonho”, lamenta Luana.

A pedagoga mora próximo ao rio e não é a primeira vez que ela tem a casa destruída pela água das chuvas. “Na primeira enchente que teve eu perdi meus móveis todos novinhos, essa segunda enchente você nem recuperou da primeira e foi tudo embora. Agora tem que tirar dinheiro, tem gente que nem sabe de onde”, desabafa. “Aí fica com medo de alguma doença, mesmo que a pessoa não tenha, fica ruim de estar na casa dos outros. Muitas pessoas perderam suas casas”, diz.

“Nem a Prefeitura, nem ninguém informa nada. Quando a gente assusta, o rio já está subindo, a gente tem que se virar e correr. No dia que alagou, começou a subir [o nível do rio] 10h30. Só que a gente mesmo que tinha que estar monitorando. Algum órgão poderia avisar que ia subir, que tinha que sair da residência. A gente que tem filho pequeno, é complicado, mas tem que sair correndo”, detalha a moradora (veja nota da Prefeitura de Sabará ao fim do texto).

Para Luana, as enchentes acabam por trazer também preocupações com a saúde. “Tem que correr da água e do barro, que é imundo. Aí tem que ir pra casa de outras pessoas e, mesmo que a gente não esteja doente, tem essa preocupação maior. Mas, graças a Deus, aqui em casa ninguém pegou [Covid]”, completa.

‘Não teve saída’

O temor de Luana em relação à Covid e às chuvas é o mesmo de integrantes de comunidades indígenas em São Joaquim de Bicas, também na Grande BH. A diferença é que nas aldeias Katurãma e Naô Xohã os moradores já enfrentaram surtos de Covid, e com a constância e problemas provocados pelas chuvas, o medo de novas contaminações é ainda maior. Os caciques relatam que a água da chuva arrastou rejeitos de minério da barragem da Vale em Brumadinho, que rompeu em 2019 deixando mais de 270 pessoas mortas (veja nota da Vale ao fim do texto).

“Na nossa comunidade, o rio subiu, mas não chegou ao nível das casas em que a gente mora. Então, aqui, foi a água da chuva, não teve saída”, explica a cacique Angoho Pataxó, 53. “Ela entrou pra dentro de todas as casas, o vento foi muito forte também”, prosseguiu, explicando que a enchente impossibilitou o fluxo de entrada e saída da comunidade Katurãma. Por lá, as inundações castigam os moradores desde novembro de 2021, quando uma primeira inundação levou bens fundamentais para a sobrevivência; entre eles, as lonas que protegem as moradias. 

Sobre a Covid, Angoho relata que a comunidade já registrou três surtos da doença, e que após as chuvas, muitas pessoas apresentaram sintomas. “Aqui no grupo, por exemplo, tivemos dois focos da doença: o primeiro foi de setembro a novembro, quando várias pessoas foram contaminadas, inclusive mulheres grávidas. Agora, quase toda a comunidade está com algum sintoma”, conta Angoho, que foi hospitalizada em decorrência do novo coronavírus anteriormente.

‘Nosso sonho foi interrompido’

O vice-cacique Sucupira Pataxó, da aldeia Naô Xohã, conta, por sua vez, que a chuva devastou completamente a comunidade. Mais de 200 pessoas, entre crianças, adultos e idosos, precisaram se abrigar em uma escola local no início de janeiro. “Foi muito rápido. No dia 9, a água tomou conta de todinha a nossa comunidade e, no dia 10, a Defesa Civil buscou nossos familiares ali de dentro”, conta ao BHAZ. Sucupira conta que o primeiro temor foi de entrar em contato com a água das chuvas. Segundo explica, a inundação carregava rejeitos de mineração, resultado do rompimento da barragem em Brumadinho três anos atrás.

Sucupira diz que as inundações anteriores ao rompimento em Brumadinho não se comparam à última; a água das chuvas carregava somente areia. Para ele e toda a comunidade Pataxó, os danos causados pelas enchentes ultrapassam a barreira material. “A maior dificuldade foi a esperança que a gente tinha no local”, explica.

“Quando a gente entra num território, a gente consagra, então o consagramento foi em vão. A Vale tirou da gente esse sonho, esse hábitat da gente, que é o costume, a cultura de a gente viver numa reserva preservada, cultivar o rio. Nosso sonho foi interrompido”, lamenta o líder indígena.

Chuvas intensas inundaram aldeias indígenas na Grande BH
(Acervo pessoal/Angoho Pataxó)

‘Manejo da pobreza’

Thais Marcela Barbosa, psicóloga especializada em Políticas Públicas, explica as perturbações que o fenômeno de abandonar uma casa pode causar às vítimas. A profissional de 28 anos é natural de Sabará, município mineiro da Grande BH, onde assiste famílias que perderam tudo com as enchentes que assolaram o estado.

No momento, ela atua como voluntária e psicóloga, pela Secretaria de Desenvolvimento Social, em abrigos. Um destaque é a IEQ (Igreja do Evangelho Quadrangular), um dos únicos locais sem risco de alagamento e desabamento, de acordo com Thais.

A profissional conta que, no dia 8 de janeiro, um dos abrigamentos que assiste recebeu cerca de 70 pessoas – entre idosos, crianças de meses, gestantes e acamados – somente com a roupa do corpo. “O desafio é muito grande, porque a área atingida é muito grande também. É o controle de uma ação humana que acontece há muitos anos e estamos colhendo agora”, pontua.

Para Thais, o principal obstáculo para as famílias atingidas é o medo de recomeçar. Uma vez que a realidade da perda se tornou palpável, tentar mostrar novos horizontes – e deixar claro que existem redes de apoio prontas para o auxílio – são tarefas complicadas, mas necessárias.

‘Se proteger da Covid, ou fazer mutirão e limpar a casa’

“As famílias se encontram na situação de ter que avaliar o que é menos pior: se proteger da Covid ou juntar um mutirão para limpar a casa. Você falar para uma mãe que ela pode pegar Covid, mas ela não ter nem onde morar, é complicado. O que ocorre é um manejo da pobreza, ter que mediar uma situação em que as linhas são tênues”, pontua a psicóloga.

Thais defende, ainda, que existe um suporte da prefeitura em relação à Covid-19 e meios de prevenção à transmissão do vírus. Assim sendo, as famílias até possuem acesso a máscaras e outros recursos, como o álcool em gel: o que acontece é que as pessoas se encontram na fase de negação do luto. A falta de conscientização é usada, no final das contas, como mecanismo de defesa para evitar encarar mais uma vulnerabilidade.

Testes e vacina garantem maior proteção

Segundo o infectologista Leandro Curi, pessoas desalojadas pelas chuvas, que buscaram abrigo em casas de familiares ou alojamentos públicos, podem estar mais expostas à infecção por Covid-19. “Se você está pensando num local, onde há uma concentração maior, e uma das formas de transmissão é aerossol, se é um local fechado com maior densidade populacional, há maior risco”, avalia. “É importante ressaltar que o simples fato de a pessoa estar fora de casa não significa que ela está mais exposta, mas se está com outras pessoas, sem máscara, aí fica mais vulnerável”, diz.

No entanto, o especialista reforça que existem medidas de proteção que podem reduzir os impactos da Covid, uma delas é a vacinação em dia. “Outra questão é se esses desabrigados não perderam data de vacina, muita gente pode ter perdido o cartão de vacinação nas enchentes, e nem está pensando nisso, então tem que ter atenção a isso”, relembra.

Para garantir o monitoramento de casos de Covid, nos casos de locais mais atingidos pelas chuvas, uma medida importante são os testes, segundo o infectologista. Para ele, essa é uma fraqueza do Brasil no combate à pandemia e seria uma medida importante para impedir que os atingidos pela chuva sofram também com altas taxas de infecção pela Covid.

Infectologista aponta testagem e vacinação como medida para proteger atingidos pelas chuvas
(Leopoldo Silva/Agência Senado)

Difícil de comparar

No entanto, Leandro ressalta a dificuldade de comparar os dados da pandemia atualmente, com os dados do início de 2021. “No ano passado preponderantemente tinha as variantes gama e delta, que, em tese, causam maior mortalidade. E também em um momento que tinha pouquíssimo ou quase ninguém vacinado”, explica.

“Agora a gente tem uma variante quase 70 vezes mais contaminante. só que encontramos uma população mais protegida pelas vacinas em maioria. Uma coisa compensando a outra. São dois momentos pandêmicos, só que a variante e a situação vacinal mudaram. São duas situações sérias, sensíveis, catastróficas”, reforça.

Minas aumenta testagem após chuvas

Logo que Minas começou a ser devastada por fortes chuvas, o Governo do estado anunciou aumento da realização de testes nas localidades mais afetadas. “Já recomendamos aos municípios aumentarem a proporção de testes porque, devido ao convívio entre os desabrigados, a chance de ter um surto de Covid-19 e Influenza é muito grande. Nossa Vigilância Sanitária está atenta e acompanhando de perto o assunto”, explicou o secretário de Saúde Fábio Baccheretti.

Fábio Baccheretti falou sobre a ampliação da testagem em coletiva de imprensa. Na ocasião, ele ainda lembrou a situação da Bahia, após as fortes chuvas que também atingiram o estado em 2021. “Após as chuvas, a Bahia enfrentou surto de Influenza e Covid entre a população desabrigada”, disse.

Na primeira remessa dos testes, cidades mineiras receberam mais de 900 mil unidades para detecção do antígeno Covid-19. Com o envio dos testes, a SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde de MInas Gerais) pretende expandir o diagnóstico da covid-19 em larga escala, a fim de monitorar a situação epidemiológica e direcionar os esforços na contenção da pandemia no estado.

Solidariedade

Nos momentos mais delicados, a solidariedade é o que tem feito a diferença nas cidades mais afetadas pela chuva. Em diferentes localidades, grupos se uniram para arrecadar doações, de roupas à água para beber, além de realizar mutirões de limpeza nas casas afetadas.

Em Raposos, a Casa de Gentil se mobilizou fazendo mutirões, um deles contou com cerca de 100 pessoas. “Daqui a gente também faz entregas com caminhonetes, tentando distribuir pra toda a cidade, muito além da comunidade em que estamos inseridos. A ideia é mobilizar o máximo de pessoas para além de Raposos que possam contribuir com sua força e seu tempo”, explica Charles Valadares, produtor cultural e membro da Casa de Gentil.

“Desde as chuvas de 2020 a gente realiza esse trabalho de amparo social. A gente tem um ponto de apoio, onde temos recebido doações, principalmente produtos de limpeza. Também recebemos muitas doações por PIX, que é mais fácil de direcionar para as necessidades do momento”, conta.

Nota da Vale na íntegra

“Desde o rompimento da barragem em Brumadinho, a Vale estabeleceu um permanente e construtivo diálogo com os indígenas Pataxó e Pataxó HãHãHãe, com o Ministério Público Federal (MPF), com a Defensoria Pública da União (DPU) e com a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), para desenvolver plano de reparação visando restabelecer de forma sustentável as condições de vida anteriores dos membros das aldeias Naô Xohã e Katurãma, localizadas em São Joaquim de Bicas.

Conforme previsto em aditivo ao Termo de Ajuste Preliminar – Emergencial (TAP-E), todos os 222 indígenas impactados já receberam, em 2 de setembro, repasse único do programa de suporte econômico complementar, em substituição ao pagamento emergencial mensal, antecipando valores que seriam recebidos até dezembro de 2023. Além disso, todos os indígenas continuarão sendo assistidos de forma complementar ao poder público nos serviços de atenção primária à saúde, também até dezembro de 2023. O atendimento à saúde continua sendo realizado regularmente por equipe multidisciplinar de saúde, subcontratada pela Vale.

Desde junho de 2021, quando passaram a viver na aldeia Katurãma, os indígenas recebem assistência contínua. Já foram realizadas 145 visitas domiciliares, 45 consultas médicas e mais de 300 procedimentos de enfermagem. Atualmente, a equipe prioriza o manejo, prevenção e monitoramento de casos de doenças respiratórias. Outras medidas de reparação serão definidas a partir da conclusão de diagnóstico socioeconômico, que produzirá o Plano de Reparação Integral Coletivo. O 2º Aditivo do TAP-E Pataxó prevê ainda a criação de Grupos de Trabalho para definição de critérios para a indenização individual dos indígenas.”

Nota da SES-MG na íntegra

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, em janeiro de 2022, disponibilizou um total de 966.245 testes rápidos para detecção de antígeno do coronavírus, destinados aos municípios do estado. Na segunda-feira (24), iniciou-se o envio de uma nova remessa, totalizando 487.990 testes de diagnóstico rápido de Covid-19. Com a distribuição, a SES-MG pretende “manter a expansão do diagnóstico da covid-19 em larga escala, a fim de monitorar a situação epidemiológica e direcionar os esforços na contenção da pandemia no estado”.

Em complemento à medida, o órgão solicitou ao governo federal, especificamente ao Ministério da Saúde, o envio adicional de 50.000 testes rápidos de antígeno. Além disso, aqueles previstos nas pautas de distribuição do Plano Nacional de Expansão da Testagem (PNE-Teste). Com o quantitativo adicional, a SES-MG planeja ampliar a testagem nos municípios atingidos pelas chuvas, garantindo o monitoramento dos indivíduos desalojados ou desabrigados, que se encontram em situação de vulnerabilidade.

Em análise aos municípios afetados pela chuva, tomando por base principalmente aqueles que tiveram decreto de situação de emergência – 220 até o último dia 12 de janeiro -, não é possível perceber uma correlação específica entre o período chuvoso e a incidência de casos de COVID-19. De modo geral, o estado inteiro passa por uma fase de aumento do número de casos, mas esse aumento não se relaciona particularmente àqueles municípios em situação de emergência.

Em relação às medidas de precaução para evitar a infecção pela Covid-19 na população desabrigada, foi publicada a orientação conjunta entre a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), Secretaria de Estado de Saúde (SES) e Gabinete Militar do Governador e Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (MG/Cedec) ‘Abrigos provisórios em situações de desastres no contexto da COVID-19 -orientações básicas para gestores e técnicos do SUAS, SUS e Defesa Civil na instalação, execução e desmobilização de abrigos provisórios no contexto de disseminação da COVID-19’, publicada em janeiro de 2021 e amplamente divulgada pela SES e disponível para consulta online.

Nota da Prefeitura de Sabará

Os testes têm sido realizados em todas as Unidades Básicas de Saúde do município, mediante triagem do paciente sintomático para Covid-19, conforme protocolos definidos pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria de Estado de Saúde.

O aumento considerado não pode ser diretamente relacionado às chuvas, mas sim a variantes mais contagiosas e, ainda, à não adoção correta de medidas eficazes de combate ao vírus como o uso de máscara, o distanciamento social e a higienização.

Em todos os locais de abrigo foram estabelecidas as medidas de combate ao novo coronavírus, como uso de máscara, higienização constante e distanciamento social. Vale ressaltar que, hoje, não estamos mais com desabrigados ou desalojados no município. Todos já retornaram”.

Nota da Prefeitura de São Joaquim de Bicas

Montamos em nossa cidade um espaço voltado para auxílio aos desabrigados e desalojados. Nesse espaço foi criado um espaço para vacinação contra hepatites, e diversas outras doenças.

As regiões mais afetadas pelas chuvas não contam com um aumento no número de casos da doença. Pelo contrário, a região central, por ser a maior e todo o centro comercial municipal está localizado nessa área, é a região com mais casos, 818 confirmados. Em toda a cidade até o momento existem 1.961 casos confirmados de Covid-19.

Escolas foram usadas como abrigos temporários. Nesses locais existiu a manutenção das medidas de precaução contra a Covid – uso de máscara, distanciamento de uma família para a outra. Já os idosos e pessoas acamadas ficaram hospedados em hotéis da cidade para garantir o conforto e segurança”.

Edição: Roberth Costa
Guilherme Gurgel[email protected]

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Escreve com foco nas editorias de Cidades e Variedades no BHAZ.

Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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