A Prefeitura de Tiradentes está atuando para tentar cancelar o leilão de uma parte da Serra São José, cartão-postal da cidade, após ficar sabendo de última hora sobre a venda. A Justiça suspendeu o pregão por 30 dias, e agora a administração municipal tenta reverter a situação e cancelar o leilão judicial da região conhecida como Mangue.
A situação veio à tona na última semana, quando a prefeitura foi avisada pelo historiador Luiz Cruz sobre o leilão. O desenrolar do processo teve início em 2009, quando o IEF (Instituto Estadual de Florestas) multou a Sociedade Amigos de Tiradentes, proprietária do terreno, por causa de um incêndio que atingiu o local.
A chamada região do Mangue na Serra São José é uma área de 10 hectares, ou 100 mil metros quadrados, e conta com lagos, cachoeiras e grande diversidade ambiental. Como a multa não foi paga pela sociedade privada proprietária do terreno, o IEF acionou a Justiça, que determinou o leilão como forma de pagamento da dívida.
“Ao longo desses anos, houve omissão por parte da instituição, e o terreno seria leiloado. Assim que ficamos sabendo, prefeitura tomou providências, entramos em contato com o IEF e com a Procuradoria do Estado para cancelar o leilão, que tinha valor inicial de R$ 126 mil”, explica o secretário de Governo da Prefeitura de Tiradentes, Rogério de Almeida, em vídeo compartilhado nas redes sociais.
Leilão suspenso
Após a atuação da prefeitura, o pregão, que estava marcado para a segunda-feira (22), foi suspenso por 30 dias por uma decisão judicial.
“Além da cidade perder boa parte da Serra, isso impacta no turismo, nos passeios ecológicos. O Mangue seria fechado, para entrar teria que pagar. Conseguimos suspender por 30 dias, e o departamento jurídico da prefeitura vai tentar desenvolver isso”, completa o secretário de Governo.
A Prefeitura de Tiradentes informou ao BHAZ que uma reunião com agentes locais será realizada nesta sexta-feira (26) para tratar do assunto. A administração municipal também está tentando marcar um encontro com a secretária de Meio Ambiente, Marília Melo, e aguarda retorno.
O BHAZ procurou a Semad (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais) e aguarda retorno.
