Placas arrancadas e invertidas: Vandalismo aumenta risco para moradores em cidade ameaçada por barragem

Reprodução/WhatsApp

Em meio à tensão que vivem moradores da cidade de São Gonçalo do Rio Abaixo, na região Central de Minas, que está no caminho da lama no caso de rompimento das barragens Sul e Sul Superior da Vale, a irresponsabilidade pode colocar vidas de centenas de pessoas em risco. É que placas de direcionamento, que indicam rotas de fuga, foram vandalizadas no município.

A Defesa Civil Estadual implantou diversos pontos de salvamento e rotas de fuga ao longo da cidade para que os moradores fujam da lama, em caso de colapso. Entretanto, vândalos, que ainda não foram identificados, estão arrancando as placas de direcionamento. Uma das sinalizações foi invertida de direção, o que poderia causar confusão durante uma possível fuga.

A Polícia Militar (PM) registrou duas ocorrências, uma nessa segunda-feira (1º) e outra nesta terça-feira (2). Na primeira, uma placa de orientação foi arrancada e jogada ao chão. Moradores da região foram ouvidos, mas não souberam indicar quem foi o autor da depredação.

No segundo caso, durante uma ronda da Defesa Civil, os coordenadores encontraram uma placa com sentido invertido. A Polícia Militar foi acionada e registrou a ocorrência.

“As pessoas estão arrancando as placas e invertendo os sentidos. Após isso, eles gravam vídeos e disparam no WhatsApp dizendo que estamos trabalhando errado e incentivando as pessoas a não comparecerem aos treinamentos. Isso é um perigo, pois podem causar mortes no caso de situações extremas. O aconselhável é que todos compareçam ao treinamento e se orientem”, explica o coordenador de defesa civil de São Gonçalo do Rio Abaixo, Sebastião Pereira.

De acordo com o porta-voz da PM, major Flávio Santiago, as pessoas que estão prejudicando os trabalhos na região podem ser responsabilizadas. “O dano às sinalizações já é um crime, tanto quanto o patrimônio, quanto uma infração de trânsito. Além disso, o artigo 132 do Código Penal, prevê a ação como crime de induzir pessoas a correr riscos de saúde ou de morte, com pena prevista de três meses a um ano de prisão”, ressalta.

Ainda segundo o major, caso as modificações causem mortes, o responsável pode responder pelo crime de homicídio.

Um treinamento com os moradores da cidade será realizado nesta quarta-feira (3). Caso a barragem Sul Superior da Vale entre em colapso, a lama chegaria na cidade em 7h. Entretanto, caso o rompimento ocorra na barragem Sul, também da Vale, a lama atingiria a cidade em um tempo menor: 50 minutos. Para conter os atos de vandalismo, a Defesa Civil e a Polícia Militar estão realizando rondas pelo município.

Rafael D'Oliveira[email protected]

Repórter do BHAZ desde janeiro de 2017. Formado em Jornalismo e com mais de cinco anos de experiência em coberturas políticas, econômicas e da editoria de Cidades. Pós-graduando em Poder Legislativo e Políticas Públicas na Escola Legislativa.

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