VÍDEO: Mineira diz que Nordeste deveria ‘morrer de fome’ e ameaça Moraes após vitória de Lula

yasmim senna
Mulher disse que quer ‘enfiar a faca’ no ministro do STF e afirmou que, se fosse Bolsonaro, buscaria a água inteira do Nordeste (Reprodução/Twitter)

Atualização às 18:47 do dia 01/11/2022 : Texto atualizado para incluir pedido de desculpas que Yasmim publicou em seu perfil no Instagram

Uma mineira fez declarações xenofóbicas sobre o Nordeste, defendeu um golpe militar e ameaçou o ministro Alexandre de Moraes após a vitória do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Yasmim Senna, apoiadora de Jair Bolsonaro (PL), disse em live no Instagram que o povo nordestino é “cego” e criticou os resultados do segundo turno. Ela ainda afirmou que queria “enfiar a faca” em Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

“O povo é ingrato. Se eu fosse o Bolsonaro, eu ia lá no Nordeste e buscava a água inteira, deixava eles sem água. E tomara que eles morram de fome”, diz a jovem na gravação (assista abaixo na íntegra).

Golpe militar e ameaça a Alexandre de Moraes

A mãe de Yasmim, que estava no ambiente durante a live, tentou fazê-la parar de falar. Ela disse, inclusive, que ela seria presa devido aos comentários, mas a jovem não deu ouvidos.

“Eu queria um golpe militar, isso que eu queria. Alexandre de Moraes, vem aqui me buscar que eu tô doida pra enfiar a faca em você e rodar”, continuou a mineira, sendo repreendida.

Yasmim Senna já era conhecida por publicar opiniões polêmicas, e muitas vezes preconceituosas, nas redes sociais. No Twitter, usuários comentam sobre alguns posts recentes dela.

‘Fui inconsequente’

Depois da live, Yasmim gravou um vídeo para se defender das acusações de xenofobia. “Eu não falei em momento nenhum: morram de fome vocês, do Nordeste. Eu quis dizer que, no comunismo, todos vamos ficar miseráveis”, alegou.

Segundo a jovem, ela está sendo ameaçada de morte após a declaração preconceituosa. “Eu sei como o cancelamento na internet é forte, como as pessoas se juntam e vão, de uma vez, pra destruir a vida da pessoa. Fui inconsequente, pode ser que eu perca meu emprego e pague pelas coisas que eu falei sem pensar. É muito triste”, afirmou.

Yasmim ainda defende que, no momento em que falou sobre o Nordeste e Alexandre de Moraes, estava com os nervos à flor da pele. Ela ressalta que fez uma campanha “ferrenha” para o presidente derrotado, Jair Bolsonaro (PL).

No início da noite de hoje, a mineira também publicou um texto no qual reafirma um pedido de perdão. “Gostaria de me retratar, publicamente, pedindo minhas sinceras desculpas a todos aqueles que eu possa ter ofendido. Não tenho compromisso com o erro e já estou enfrentando as consequências”, diz a nota.

“Embora o resultado das eleições não tenha me agradado, defendo a democracia e espero que o novo governo tenha êxito e contribua para a construção de um Brasil melhor”, finaliza.

Pedido de desculpas de Yasmim (Reprodução/@yasmimsenna/Instagram)

Marca demite Yasmim

A LORE, marca para a qual Yasmim trabalhava, anunciou a demissão da moça após os comentários preconceituosos. Por meio do Instagram, a empresa disse que “o respeito às leis e à Constituição da República, o amor e a empatia são inegociáveis”.

“A LORE, após tomar conhecimento dos fatos que envolvem uma de suas colaboradoras, com perplexidade e indignação, vem a público reiterar o seu total repúdio a qualquer tipo de fala antidemocrática, discriminatória e xenofóbica, não condizentes com seus valores nestes 11 anos de empresa”, diz o comunicado.

A empresa reforçou que não abre espaço para discursos de ódio, xenofóbico, racistas ou de qualquer outro tipo de preconceito que “desrespeite as Leis e ao povo brasileiro”.

(Reprodução/@lore.oficial/Instagram)

A marca Biaritz, que tem vínculos com Yasmim Senna, também publicou uma nota de repúdio, sem mencionar o nome da jovem. Nos comentários, internautas questionam se ela já foi demitida.

(Reprodução/@biaritzoficial/Instagram)

Quem é Yasmim Senna?

A jovem que aparece nos vídeos nasceu em Guanhães, no Vale do Rio Doce, e mora em Belo Horizonte.

Yasmim Senna se tornou conhecida após aparecer em clipe do cantor canadense Justin Bieber. Há, inclusive, boatos de que ela teria ficado com ele enquanto morava nos Estados Unidos.

Yasmim Senna suspendeu boa parte das redes sociais depois que a live polêmica viralizou. A reportagem contatou a mineira via telefone e WhatsApp. A matéria será atualizada tão logo ela se posicione.

O BHAZ também entrou em contato com o Ministério Público de Minas Gerais para averiguar se há uma investigação em curso contra ela.

Xenofobia é crime

A xenofobia é crime previsto na Constituição Federal. De acordo com a Lei nº 9.459, de maio de 1997, são criminalizados os atos de “discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”.

A lei ainda prevê como crime “praticar, induzir ou incitar a discriminação de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”. Quem comete qualquer um desses crimes pode pegar de um a três anos de prisão, além de multa. Já no caso de os crimes serem cometidos em “qualquer meio de comunicação social ou publicação de qualquer natureza”, a pena passa a ser de reclusão de dois a cinco anos e multa.

Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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