O cantor e compositor Carlos Lyra morreu na madrugada deste sábado (15), no Rio de Janeiro, aos 90 anos. A informação foi confirmada pela família ao g1. Parceiro de Vinícius de Morais e Ronaldo Bôscoli, entre outros, Lyra é o autor de vários sucessos da música brasileira, como “Coisa mais linda” e “Você e eu”.
Segundo Magda Pereira Botafogo, viúva do artista, Lyra havia sido internado no Hospital da Unimed, na Barra da Tijuca, na última quinta-feira (14), após um quadro de febre. Em exame, uma bactéria foi detectada. Ainda não se sabe, no entanto, se essa foi a causa da morte.
Além da esposa, Carlos deixa a filha, Kay Lyra, fruto do casamento com a atriz e modelo norte-americana Katherine Lee Riddell, de quem se divorciou em 2004. O corpo do músico será velado neste domingo (17), das 10h às 14h, no Memorial do Carmo, no Rio de Janeiro. A cerimônia será restrita a familiares e amigos.
Biografia
Revelado em disco na voz de Sylvia Telles (1935 – 1966), cantora que gravou “Menino” em 1956, Lyra foi um dos grandes compositores da bossa nova. Além de músico consagrado, o carioca também desempenhou papel fundamental na difusão da cultura brasileira. Lyra foi um dos responsáveis por fundar o Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes, em 1961.
Ao lado de Vinícius de Morais, o letrista assina composições como “Marcha da quarta-feira de cinzas” (1963), “Minha namorada” (1964), “Primavera” (1964) e “Sabe você” (1964). Também é o compositor de “Maria Ninguém” (1959) e “Lobo Lobo” (1959), de parceria com Ronaldo Bôscoli.
Ao longo da carreira, o artista jamais escondeu sua ideologia. Foi o responsável pela composição da trilha sonora da peça “A mais valia vai acabar, seu Edgar” (1960), do diretor paulistano Oduvaldo Vianna Filho. Pelas críticas e retaliações políticas, o compositor foi homenageado por Millôr Fernandes nos anos 1960: “Ninguém é Carlos Lyra impunemente”, dizia o autor.