Lula desobedece ordem de prisão de Moro; acordo pode por fim a impasse

Poucos minutos depois da desobediência à ordem judicial, comboio da PM se dirige a São Bernardo.

Apenas 14 minutos depois de vencido o prazo de apresentação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP) à Polícia Federal (PF), verdadeiro comboio de guerra com a tropa de choque da Polícia Militar de São Paulo se deslocou a São Bernardo do Campo (SP), aumentando a tensão na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC paulista. Na sede da PF, em Curitiba (PR), o esquema de segurança especial, incluindo a presença de snipers, foi mantido sob a alegação de que Lula será preso a qualquer momento.

Na sede do sindicato, uma contagem regressiva promovida por milhares de militantes que se aglomeram na sede do Sindicado dos Metalúrgicos dos Metalúrgicos do ABC paulista, em São Bernardo do Campo (SP), marcou o fim do prazo estabelecido pelo juiz da Lava-Jato, Sérgio Moro, para a apresentação do político à Polícia Federal. Moro decretou na noite desta quinta-feira (5) a prisão do ex-presidente, condenado a 12 anos e um mês por lavagem de dinheiro.

Depois da contagem regressiva, um coro entoava a palavra de ordem : “Não tenha medo”, defendendo a tese de que Lula deve resistir à prisão. Desde a noite de ontem, todos os movimentos sociais, representantes de diferentes credos, associações, e até movimentos internacionais de esquerda, se revezaram no microfone de carros de som para defender a bandeira: Lula Livre!

Isso deixou o petista em verdadeira sinuca de bico. Se de um lado seus advogados defendiam a tese do cumprimento da ordem de prisão de Moro com a apresentação à Polícia Federal fosse cumprida, a voz da militância defendia o contrário: a resistência. Faltava poucos minutos do fim do prazo, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) novamente negou um habeas corpus a Lula.

Desde a noite de ontem quando teve notícia da decretação de sua prisão, Lula se fechou em silêncio. Informações de que ele falaria à militância antes de se apresentar não se sustentaram. O petista se mostrou presente apenas com alguns acenos pela janela da sede do Sindicato dos Metalúrgicos aos militantes que cantaram e gritaram palavra de ordens sem intervalo.

Maria Clara Prates

Formada em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC/MG). Trabalhou no Estado de Minas por mais de 25 anos, se destacando como repórter especial. Acumula prêmios no currículo, tais como: Prêmio Esso de 1998; Prêmio Onip de Jornalismo (2001); Prêmio Fiat Allis (2002) e Prêmio Esso regional de 2009.

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