Está marcada para a próxima terça-feira (17), a análise, pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), da denúncia apresentada contra o senado Aécio Neves (PSDB-MG) por corrupção passiva e obstrução à Justiça na Operação lava-Jato. O ministro Marco Aurélio de Mello atendeu pedido da procuradora-geral de Justiça, Raquel Dodge, para tornar o tucano réu.
Além de Aécio Neves, foram denunciados por Dodge também a jornalista e irmã do tucano, Andrea Neves, o empresário e primo dele Frederico Pachecdo e Mendherson Souza Lima, ex-assessor do senador Zezé Perrella (MDB-MG). A denúncia foi apresenta a partir de gravações contidas na delação dos empresários Joesley e Wesley Batista, da J&F.
De acordo com a denúncia, o senador Aécio Neves pediu a Joesley Batista propina no valor de R$ 2 milhões para tentar atrapalhar o andamento da Operação Lava-Jato. O pedido teria sido feito por Andrea Neves, pessoalmente. A conversa com Aécio, no entanto, foi gravado pelo empresário. Aécio nega e diz que apenas pediu um empréstimo pessoal para pagar advogado para defendê-lo na Lava-Jato.
À época em que foi deflagrada a Operação Patmos, em maio passado, o tucano foi afastado de seu mandato e foram presos sua irmã, o primo e o assessor parlamentar de Perrella. Imagens mostraram o momento em que o parente do senador recebeu o dinheiro de um emissário de Joesley. Caso a denúncia oferecida por Dodge seja aceita, Aécio Neves se transforma em réu. Ele ainda é alvo de outros cinco inquéritos no STF.