A defesa do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) entrou com pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando que ele possa voltar a manter contato com a irmã Andrea Neves.
Eles não se comunicam desde 18 de maio, quando o ministro Edson Fachin, do STF, decidiu afastar Aécio Neves da função parlamentar e determinou a prisão de Andrea Neves. Na ocasião, o ministro impôs medidas cautelares ao tucano: a proibição de contatar qualquer outro investigado – incluindo sua irmã – ou réu no conjunto de fatos revelados na delação da JBS; e a proibição de se ausentar do país.
Os irmãos Neves são acusados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por corrupção passiva. Ao apresentar a denúncia, Janot solicitou que uma multa no valor de R$ 6 milhões fosse aplicada a eles por danos morais e materiais.
Após decisão da Primeira Turma da Corte, a irmã do senador tucano está cumprindo prisão domiciliar.
Para o procurador, Aécio Neves solicitou de forma indevida R$ 2 milhões utilizando o cargo de senador, além de receber do empresário Joesley Batista, dono da JBS, um “histórico de pagamento de vantagens indevidas”.
A defesa nega as acusações e afirma que não há mais necessidade deles não se comunicarem, pois não existem mais riscos às investigações o contato entre eles. “A proibição dos irmãos se comunicarem implica em ofensa à própria dignidade da pessoa humana, princípio matriz da Constituição”, alega a defesa.
De acordo com os advogados de Aécio, o senador afastado e sua irmã “objetivam, apenas, compartilhar laços familiares, de forma que proibir qualquer contato entre eles é desumano”.